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Mercados estáveis aguardam pacote argentino

O dia nos mercados foi tranqüilo e houve pequena variação nas cotações. Mas as atenções continuam focadas na Argentina, enquanto os investidores apostam em queda da Selic em janeiro. O dólar comercial para venda subiu para R$ 2,3750, os juros do DI a termo de um ano subiram para 19,110% ao ano e a Bovespa caiu 1,08%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar da tranqüilidade dos mercados, o clima continua sendo de cautela com a Argentina. Até segunda ordem, o feriado bancário e cambial será suspenso e amanhã voltarão a ser autorizadas a compra de dólares. Inicialmente, o câmbio flutuará somente para pessoa física, dentro do limite estabelecido de P$ 1,60 por dólar. E os limites para saque em dinheiro das contas bancárias foi elevado para P$ 1500 mensais. De qualquer forma, no Brasil, as cotações mantêm-se dentro de limites considerados aceitáveis pelos investidores. Consolida-se a previsão de queda na Selic - a taxa básica referencial de juros - já na próxima reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 23. Analistas consideram que a decisão possa ser adiada, mas não deve vir depois de fevereiro. E as boas notícias da economia, incluindo a percepção das diferenças entre Brasil e Argentina pelos investidores estrangeiros, sustentam a calma do mercado. Mas, em alguma medida, sabe-se que a crise no país vizinho afeta os mercados brasileiros, o que justifica a preocupação com o fim do feriado bancário e cambial amanhã. O maior temor dos analistas é que haja uma corrida ao dólar e as cotações disparem. Como não há reservas internacionais suficientes para o governo intervir no mercado, serão necessários outros controles. Com o caixa quebrado, eles só podem ser postos em prática na forma de restrições legais, como um congelamento de preços e depósitos. Mas os problemas não acabam aí. O governo tenta uma série de isenções para evitar protestos populares, que, aliás, já recomeçaram. A questão maior é saber como esses privilégios serão custeados. A conversão das dívidas em dólar para pesos na proporção de um para um para valores até US$ 100 mil, por exemplo, traz um rombo enorme para os bancos, e ainda não se sabe como será coberto. Além disso, a paralisação da economia desde dezembro fez a arrecadação de impostos despencar. E ainda existe um problema operacional, pois todo o sistema está sendo reformado em um prazo muito curto, e são necessárias regras para uma série de transações financeiras, e muitas definições de política econômica. Ou seja, o fim da crise ainda não está à vista e as previsões dos analistas para 2002 são muito negativas, especialmente com a imobilidade dos governos estrangeiros e organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Fechamento dos mercados O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,3750, com alta de 0,04%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 19,110% ao ano, frente a 19,060% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,08%. A Bolsa de Valores de Buenos Aires segue fechada e deve reabrir amanhã. Às 18h30, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - apresentava queda de 0,48%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - estava em queda de 0,39%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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