A Bovespa abriu o pregão em alta, em movimento de recuperação ante as perdas registradas nos últimos dois dias, com a retomada, principalmente, das empresas de commodities, mas perdeu fôlego antes do final da primeira hora da sessão. Cemig, CCR e Braskem são destaques de valorização, enquanto o setor de construção puxa as quedas. Às 13h05, o Ibovespa cedia 0,45%, aos 67.551 pontos.
Cemig, Braskem e CCR se revezam na liderança das maiores altas do Ibovespa, reagindo a notícias corporativas e análises positivas de analistas. No caso da Cemig, que avança 2,36%, a alta reflete a entrada de investidores de olho no pagamento de dividendos extraordinários, aprovados hoje pelo conselho de administração da empresa no valor de R$ 1,319 por ação, o que totaliza R$ 900 milhões.
Braskem, por sua vez, opera com ganhos de 3,59% com a avaliação positiva de analistas que acompanham a empresa. O Bank of America Merrill Lynch (BofA Merrill Lynch) elevou a recomendação da Braskem de abaixo da média do mercado ("underperform") para compra ("buy") ontem, e hoje a Itaú Corretora elevou o preço-alvo das ações preferenciais da companhia de R$ 20,2 para R$ 24,3. A classificação da Itaú para a Braskem é de "outperform".
Já a CCR sobe 3,19%, após ter caído mais de 1% ontem, após a portuguesa Brisa ter vendido o último lote de ações que detinha na empresa em uma operação que movimentou totalizando R$ 1,312 bilhão. "Acredito que com a conclusão da saída da Brisa as ações da CCR ficam mais leves e devem retomar ao seu patamar normal", avalia o economista Fausto Gouveia, da Legan Asset.
Também figuram entre as altas Ultrapar PN (+2,32%), JBS (+1,63%), Eletrobras ON (+1,36%), CPFL PNB (+1,33%) e Eletropaulo PNB (+1,29%).
Construção e bancos
As construtoras, que abriram o pregão em alta, após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ter aprovado ontem, documento que permite que construtoras e incorporadoras imobiliárias brasileiras possam manter a regra contábil que usam atualmente para reconhecer a receita de venda de imóveis residenciais ainda na planta, inverteram o sinal e agora dominam a lista de maiores baixas do Ibovespa.
MRV encabeça as perdas com queda de 4,24%, seguida por PDG (-3,18%), Cyrela (-2,08%), Gafisa (-1,16%) e Brookfield (-1,21%). Um operador considera que muitos investidores estão reavaliando portfólios e deixando as empresas do setor de fora devido à expectativa de valorização menor para esses papéis em 2011. "Deve continuar subindo, mas com upside menor", avalia.
Também figuram na lista de maiores baixas do Ibovespa Duratex (-2,36%) e PortX (-1,89%).
Os bancos operam com sinais divergentes após terem iniciado o dia com valorização. Há pouco, Bradesco subia 0,08%, Itaú Unibanco cedia 0,36%, Banco do Brasil avançava 0,48% e as units do Santander recuavam 0,41%. Ontem à noite o governo anunciou uma série de medidas para fortalecer o financiamento de longo prazo no País.
Commodities
Vale PNA subiu durante a primeira hora da sessão, mas seguia praticamente estável há instantes com alta de 0,02%, enquanto a ON avança 0,39%. Hoje os metais básicos não têm direção única, sustentados por um euro mais estável e por uma leve alta nas bolsas, mas ainda sem um fator que empurre os preços novamente para as máximas atingidas no começo da semana.