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Quase 50% das grandes indústrias do País adotaram algum grau de trabalho remoto em 2022, diz IBGE

Setor farmacêutico foi o que mais utilizou a modalidade; funções administrativas foram as que tiveram maior grau de adoção

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

Rio, 28/09/2023 - No ano de 2022, 47,8% das grandes empresas industriais adotaram algum grau de teletrabalho na condução dos negócios no País, segundo os primeiros indicadores temáticos da Pesquisa de Inovação (Pintec) Semestral 2022: Tecnologias Digitais Avançadas, Teletrabalho e Cibersegurança, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A função com maior adoção de trabalho remoto foi a administração (94,5% de menções), seguida por comercialização (85,7%), desenvolvimento de projetos (71,4%), logística (56,9%) e produção (38,7%).

O setor industrial com mais frequência de teletrabalho foi o de farmoquímicos e farmacêuticos, adotado em algum grau por 83,6% das empresas do segmento, sucedido pelo ramo de bebidas (83,2% das grandes empresas) e equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (72,6%). Por outro lado, o trabalho remoto foi menos recorrente no setor de confecção (mencionado por apenas 28,3%), couro e artefatos de couro e calçados (25,9%) e fumo (21,2%).

O levantamento ouviu apenas empresas de grande porte, com pelo menos 100 trabalhadores ocupados, pertencentes às atividades das indústrias extrativas e de transformação. A pesquisa do IBGE foi feita em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A coleta e o tratamento dos dados consideraram uma amostra de 1.532 empresas num universo de 9.586 indústrias em atividade no Brasil que se encaixavam nos parâmetros exigidos pela pesquisa.

Setor de confecções foi um dos que menos adotou o trabalho remoto na indústria Foto: Rafael Arbex / Estadão

Em 2022, 84,9% das grandes empresas industriais utilizaram pelo menos uma tecnologia digital avançada, sendo a computação em nuvem a mais popular, com 73,6% de citações, seguida por internet das coisas (48,6%), robótica (27,7%), análise de big data (23,4%), manufatura aditiva (19,2%) e inteligência artificial (16,9%).

Quanto maior o número de trabalhadores na empresa, mais frequente foi a adoção de tecnologias digitais avançadas nos negócios. Os setores com as maiores predominâncias desse tipo de tecnologia foram máquinas e equipamentos (94,5% das empresas da área), extrativas (92,2%) e produtos diversos (92,0%).

O benefício mais apontado no uso de tecnologia digital avançada foi a maior flexibilidade em processos administrativos, produtivos e organizacionais (89,8%), seguido pelo aumento da eficiência (87,6%) e melhoria no relacionamento com clientes e fornecedores (85,6%).

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A estratégia autônoma da empresa foi a motivação mais citada para a adoção de tecnologia avançada, mencionada por 87,0% dos informantes. Por outro lado, os principais empecilhos que dificultaram a estratégia de modernização dos negócios nas indústrias digitalizadas foram altos custos (80,8%), falta de pessoal qualificado na empresa (54,6%) e riscos associados à segurança e privacidade (49,5%).

Quanto à proteção, 82,5% das grandes empresas fabris adotaram medidas de segurança da informação no ano passado. O uso de antivírus (98,1%) para combater softwares maliciosos (malware) e e-mails fraudulentos (phishing) foi a ação mais frequente, mas houve adoção recorrente também de controle de acesso à rede (96,8%), atualização de software (95,0%), backup de dados em dispositivo separado (93,5%) e identificação e autenticação de usuário (87,0%).

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