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Metas para melhorar vida dos mais pobres e reduzir aquecimento vão exigir US$ 56 tri do G20 até 2030

Investimentos em inclusão social e sustentabilidade correspondem a 6,1% do PIB somado das 20 maiores economistas do planeta; estimativa é da consultoria McKinsey

Foto do author Eduardo Laguna
Por Eduardo Laguna (Broadcast)

Melhorar o padrão de vida da população de baixa renda, reduzindo, ao mesmo tempo, as emissões de carbono em direção à neutralidade, vai exigir do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, investimentos ao redor de US$ 56 trilhões em valores acumulados até o fim desta década.

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A estimativa é feita pela consultoria McKinsey em estudo que traz uma dimensão do esforço a ser feito pelos países até 2030 para alcançar esses dois grandes objetivos. São recursos consideráveis, mas que podem ter impacto positivo na produtividade e crescimento das economias.

Só em descarbonização, com vista ao compromisso de neutralidade das emissões assumido no Acordo de Paris até 2050, serão necessários investimentos de aproximadamente US$ 35 trilhões no G20 ainda nesta década. Outros US$ 21 trilhões terão que ser investidos para melhorar o padrão de vida de 2,6 bilhões de pessoas que vivem nesses países abaixo da chamada linha de empoderamento econômico.

Somados os dois valores, os investimentos em inclusão social e sustentabilidade correspondem, em porcentual anualizado, a 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) somado do G20.

O crescimento econômico é apontado como o elemento mais importante, em especial na inclusão social Foto: Rajat Gupta/Efe

Apesar do progresso observado na direção de eliminar a pobreza extrema, mais da metade da população do G20 (53%) vive abaixo da linha de empoderamento econômico — isto é, não dispõe de recursos mínimos para acessar toda gama de produtos e serviços básicos.

Pessoas que ultrapassam essa linha ainda têm uma vida simples, porém suas necessidades básicas são suficientemente atendidas e elas conseguem ter alguma folga, ainda que modesta, para eventuais gastos imprevistos. Também têm, conforme explica a McKinsey, melhores condições de se tornarem mais produtivas.

Índia e África do Sul são os países em situação mais crítica, com mais de três quartos da população abaixo da linha de empoderamento econômico. Na sequência, aponta o estudo, aparecem Brasil, China, Indonésia e México, países em que metade ou mais da população está abaixo da linha. Mesmo em economias mais desenvolvidas da Europa e da América do Norte, por volta de 20% a 30% da população não tem recursos mínimos para acessar todos os produtos e serviços essenciais.

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Já na análise da descarbonização das economias, a McKinsey reconhece o progresso na redução das emissões nos últimos anos. Mas lembra que, na comparação com o patamar do início da década, os países precisam cortar as emissões em quase 50% até 2030, de modo a alcançar a tempo a meta de carbono zero. Atualmente, conforme estimativa do estudo, o G20 ainda emite cerca de 31 gigatoneladas de carbono por ano. Para acabar com essas emissões, frisa a consultoria, muito investimento ainda precisa ser feito na transição energética.

O crescimento econômico é apontado como o elemento mais importante, em especial na inclusão social. Altas taxas de crescimento da economia, se obtidas de maneira constante, são metade do caminho em direção aos objetivos de inclusão e sustentabilidade.

Mas crescimento precisa ser combinado com inovação, que representa 30% do financiamento necessário para se chegar às metas até 2030. Nesse sentido, a McKinsey observa que os países terão que ampliar parcerias entre os setores público e privado, criar novos incentivos, acelerar a adoção de novas tecnologias e explorar possibilidades de inovação mais ousadas.

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