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Flormel conquistou a família Trajano com doces inspirados em receita da avó da fundadora

Fabricante conhecida pelas paçoquinhas mira receita de até R$ 90 milhões neste ano; fundo da família Trajano investiu na empresa e possui participação de 15%

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Quando decidiu usar a receita da avó para vender balinhas de mel e se sustentar em São Paulo, em meados da década de 1980, Maria Marta de Freitas conheceu Laerte Casoni. Foi amor à primeira vista e, menos de um ano depois, nascia o primeiro filho do casal e também uma empresa de doces sem açúcar, a Flormel, que está perto de alcançar a marca de R$ 90 milhões em faturamento.

A marca, que começou com uma paçoquinha sem açúcar e já é conhecida por quem busca um docinho saudável nas prateleiras próximas aos caixas de farmácias, está presente em todo o país, incluindo em grandes redes como o Pão de Açúcar. Quem está por trás da empresa, que hoje já oferece também chocolates e snacks saudáveis, é Alexandra Casoni, filha de 33 anos dos fundadores que ocupa a presidência da companhia.

Alexandra Casoni comanda a empresa criada pelos pais que cresceu com docinhos sem açúcar Foto: Divulgação

Nutricionista de formação, Alexandra “respira” a Flormel desde sempre. Na empresa desde os 18 anos, Alexandra começou atuando perto dos clientes e foi responsável pela reformulação dos produtos – traçou uma nova rota de crescimento que tem gerado resultados e um salto anual que tem ficado, em média, em 35%. A exceção foi 2020, quando os negócios foram afetados pela pandemia de covid-19.

Tivemos de decidir se iríamos crescer com uma dívida ou com um parceiro estratégico.”

Alexandra Casoni, presidente da Flormel

Sem contar questões pontuais, a empresa está posicionada em mercados que crescem fortemente. Segundo dados da Euromonitor, o mercado de alimentação saudável deu um impulso na pandemia, depois de chegar em R$ 100 bilhões em 2020. Até 2025 a projeção da consultoria é de que esse mercado cresça mais 30%. Já estudo da Kantar apontou que a busca de alimentos saudáveis pelos brasileiros cresceu no ano passado, mas que preço ainda era uma barreira.

Dores do crescimento e busca por sócio

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A presidente da Flormel conta que, em 2018, a empresa passou por um dilema. Para continuar crescendo em ritmo acelerado, seriam necessários novos investimentos – que não tinha condições de fazer sozinha. “Tivemos de decidir se iríamos crescer com uma dívida ou com um parceiro estratégico”, explica Alexandra.

Foi por necessidade que ela colocou os planos de expansão da empresa embaixo do braço para sair em busca de potenciais fundos interessados. Em um curto espaço de tempo angariou vários interessados e acabou fechando negócio com o Unbox Capital, da família Trajano, dona do Magazine Luiza. O valor do investimento não foi divulgado, mas o fundo tem hoje 15% da empresa.

A executiva estima que, ao menos até o fim de 2023, não será necessária uma nova rodada de captação. E o fundo da família Trajano já sinalizou que, se necessário, poderá fazer uma nova injeção de capital. Além de estar presente Flormel, o fundo dos Trajanos já aportou em outras cinco empresas, como a Rock Content, de marketing de conteúdo e a Alloha, do mercado de fibra óptica.

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Produção da Flormel é própria e fábrica está mo interior de São Paulo, em Franca Foto: caiquefernandofoto.com.br

Pareceria com a companhia aérea Gol

Para este ano, com o lançamento do “snack” saudável, a projeção é de que o faturamento atinja de R$ 82 a R$ 90 milhões, segundo Alexandra. “Até dezembro, isso vai puxar bastante nossa receita e crescimento”, diz. Trata-se da primeira vez que a empresa sairá do segmento de doces.

A produção dos docinhos da Flormel é própria, em Franca (SP), mesma cidade onde a mãe de Alexandra começou a fazer em casa os docinhos ensinados pela avó. Por coincidência, o Magalu, da família Trajano, nasceu no mesmo município.

Além de estar presente em canais de venda físicos e online, a companhia também fechou uma parceria com a companhia aérea Gol. Cada docinho entregue aos passageiros pode representar uma nova clientela, segundo a executiva. “Ainda não sabemos o impacto, mas o que posso falar sobre o projeto Gol é de que ele é muito bem visto na companhia”, diz Alexandra.

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