A Justiça do Trabalho da Argentina acatou pedido de medida cautelar solicitada pela União Operária da Construção da República Argentina (Uocra) que impede a mineradora Vale e empreiteiras contratadas de retirar ferramentas, máquinas e desmontar qualquer estrutura do projeto de potássio Rio Colorado, suspenso no último dia 11. A decisão judicial foi confirmada pelo governador Francisco Pérez. As maiores empreiteiras contratadas pela Vale são a argentina Techint e as brasileiras Odebrecht, Camargo Correa e Andrade Gutierrez."As empresas deverão abster-se de realizar atos físicos e/ou jurídicos que impliquem desmantelar instalações, retirar ferramentas, maquinarias e demais elementos de trabalho e/ou qualquer outro ato que altere a situação de fato e/ou de direito existente até a data da presente medida no projeto de mineração localizado em Malargüe", detalhou a sentença.As obras da Vale estavam paralisadas desde o dia 22 de dezembro. A mineradora alegou problemas macroeconômicos para justificar a decisão de suspender o projeto orçado, inicialmente, em US$ 5,9 bilhões. Segundo a companhia, houve 15 reuniões com o governo no ano passado para tentar um acordo para reduzir os custos que aumentaram em função de inflação e defasagem cambial. De acordo com o governo, a Vale pediu benefícios fiscais no valor de US$ 3 bilhões. O ministro de Planejamento, Julio de Vido, havia declarado que a Vale estimou que o orçamento do projeto se elevou a US$ 10,9 bilhões.Na última sexta-feira (15), o Ministério do Trabalho determinou um período de conciliação obrigatória entre a Vale e os operários, estimados em mais de 5 mil, conforme o governo, até o próximo dia 11. Até lá, a companhia terá que manter o pagamento dos salários e não poderá fazer demissões. No mesmo dia, a companhia trouxe de volta ao Brasil os executivos encarregados do projeto na Argentina por medida de segurança.A área de segurança recomendou a retirada dos executivos, porque "os ânimos estavam exaltados e houve ameaças por parte dos sindicatos". Nesta quinta-feira, a Uocra desmentiu as ameaças.