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Latam não vai reduzir preço da passagem para ganhar fatia do mercado, diz presidente da empresa

Segundo Jerome Cadier, recuperação judicial, encerrada em novembro de 2022, deixou companhia mais eficiente do que antes da pandemia

Foto do author Luciana Dyniewicz
Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

A Latam registrou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de US$ 1,3 bilhão no ano passado, alta de 553,6% na comparação com 2021. Em relação a 2019, último ano antes de a operação das companhias aéreas ser afetada pela pandemia, no entanto, o desempenho ainda é 40,6% inferior.

Considerando o resultado final da empresa em 2022, o lucro chegou a US$ 2,5 bilhões. O número expressivo, porém, decorre de reclassificações de dívidas feitas quando a empresa deixou o processo de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos, em novembro de 2022.

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O presidente da companhia no Brasil, Jerome Cadier, comemorou o resultado e destacou, em entrevista com jornalistas, que a margem Ebitda de 13,8% ficou acima dos 9,9% esperados para o ano. Em conferência com analistas, o presidente do grupo, Roberto Alvo, disse estar otimista com o mercado brasileiro, mas afirmou que 2023 será um ano volátil devido à economia do País e ao preço dos combustíveis.

Cadier destacou que a Latam que deixou a recuperação judicial é mais eficiente do que era antes da pandemia, sobretudo com um custo mais baixo, o que lhe permite “maior agressividade e crescimento”. “Nos últimos dois anos, a Latam liderou o mercado em 23 meses. Isso já indica uma maior agressividade”, disse.

O executivo, entretanto, ponderou que não vai diminuir preço de passagem para ganhar participação de mercado, como ocorreu no começo dos anos 2010. “Não está nas minhas metas ser líder (de mercado). Não vamos ganhar market share se não for de forma rentável. As margens precisam crescer ainda.” O plano do grupo prevê que, em 2027, a margem Ebitda chegue a 23,9%.

Segundo Cadier, Latam já está mais agressiva Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 16/10/201

Cadier afirmou ainda que passagens mais baratas dependerão de uma queda no preço do querosene de aviação e se disse otimista em relação às mudanças na política de preços dos combustíveis no País. “Não temos previsão de quando e como uma eventual revisão do preço praticado aqui vai acontecer, mas imagino que haverá um entendimento. O governo já sinalizou o desejo de democratizar mais a aviação.”

A Latam encerrou o ano passado com uma oferta doméstica de 98% da verificada em 2019. Para este ano, é esperado que ela finalmente ultrapasse os níveis pré-pandêmicos, devendo ser de 7% a 10% superior à de 2019.

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A escassez global de aviões - decorrente das quebras nas cadeias de fornecimento - não deve alterar esse planejamento para o mercado doméstico. No internacional, porém, que depende de jatos maiores, a situação é mais delicada. Uma das novas rotas da companhia, a que conectará São Paulo a Los Angeles, nos Estados Unidos, por exemplo, foi adiada para agosto devido ao atraso na entrega de aeronaves. Antes, a previsão era que começasse a operar em julho.

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