RACIONAMENTO E PREÇO DE ENERGIA
O nível dos reservatórios do Sudeste do país terminará o ano em patamar muito baixo, na avaliação de Zaroni, que considera que, no entanto, chuvas na média entre janeiro e abril do ano que vem poderiam evitar um racionamento de energia em 2015.
"Acho que vamos terminar o ano numa situação bastante complicada. Os reservatórios do Sudeste estão caindo 0,3 ponto ao dia", disse ele.
Atualmente, os reservatórios da região Sudeste estão a 19,53 por cento, no nível já inferior ao registrado ao final de outubro de 2000, ano pré-racionamento.
Apesar do cenário ruim, Zaroni disse que chuvas entre janeiro e abril são muito importantes, quando ocorre cerca de 60 por cento das afluências no ano. "Se não chover, vamos ter racionamento. Se chover na média, passamos o ano", disse ele.
Questionado sobre o impacto de um racionamento para a companhia, Zaroni disse que a medida não é ruim para as geradoras hidrelétricas. Isso porque, atualmente, essas geradoras já estão tendo custo adicional para cumprir com a entrega de energia contratada, já que há déficit na geração hídrica para poupar o nível dos reservatórios.
O problema é que enquanto o custo da energia nesses contratos que as geradoras têm que cumprir fica em torno de 100 a 150 reais por megawatt-hora, a compra de energia no curto prazo está acima dos 800 reais, resultando em enormes perdas para as geradoras expostas.
Um racionamento de energia reduziria o consumo, a obrigação de entrega de energia pelas geradoras e, consequentemente, a exposição ao preço de energia de curto prazo.
(Por Marcela Ayres; Edição de XXX)