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Trigo: Coamo pede ao governo ajuda para produtor exportar

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo, 9 - O diretor comercial da Cooperativa Agropecuária Mourãoense (Coamo), Antonio Garcia, pediu hoje ao governo, durante o seminário internacional do trigo, que ajude produtores e cooperativas a exportar trigo nesta safra. Ele argumenta que, por incentivo do governo e da indústria, os agricultores incrementaram o plantio nos últimos dois anos e hoje não há liquidez no mercado para um excedente que no Rio Grande do Sul é de 1 milhão de toneladas. Esse foi o volume que o Estado exportou na safra passada, em condições de mercado que não se repetem neste ano. Na safra passada, por causa da menor produção mundial de trigo soft, o trigo gaúcho foi exportado para o norte da África a um preço médio de US$ 160 a tonelada. Hoje a Argentina está vendendo trigo para o mesmo mercado a US$ 114/t. Garcia diz que há meios de o governo oferecer a ajuda aos produtores sem que ela seja considerada subsídio e acabe questionada na Organização Mundial do Comércio (OMC). Um corretor acrescentou que esse auxílio poderia vir na forma de uma linha de financiamento que não necessariamente para auxiliar na comercialização. "Os outros países fazem isso", argumenta esse corretor. Já o trader Walter Von Mülhen Filho, da Serra Morena, não vê viabilidade na proposta. Ele diz que, além de o possível auxílio ser um subsídio disfarçado, perfeitamente questionável na OMC, o governo não tem recursos adicionais para destinar ao setor trigo neste ano. Segundo Mülhen Filho, o cenário mundial do trigo, de oferta superior à demanda, exige que o produtor se ajuste às novas condições de mercado, ou seja, cogite exportar trigo a US$ 115/t, o equivalente hoje a R$ 324,30/t. No mercado interno, os preços do trigo gaúcho variam nesta terça-feira de R$ 330/t a 350/t, abaixo do mínimo de garantia do governo, que é de R$ 400/t. Segundo Mühlen, há algumas semanas houve contato com importadores de trigo do Norte da África para exportação do trigo gaúcho a US$ 120/t. "Na ocasião, vendedores não se interessaram. No dia seguinte, mudaram de idéia, mas já não havia comprador àquele preço", conta. Para o trader, é preciso olhar o mercado exportador como alternativa para o excedente de trigo gaúcho e, avalia, isso depende apenas da vontade do produtor. (segue)

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