Após mais de dois anos em queda e situação crítica, o reservatório da Usina de Furnas voltou a subir com as chuvas deste ano e já marca o melhor nível dos últimos cinco anos. Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema), na tarde desta segunda-feira, 11, ele operava com 77,38% da capacidade.
No mesmo período do ano passado, o reservatório tinha apenas 28,8% da capacidade. Melhor marca que agora foi atingida somente em julho de 2011, quando o nível era de 89,4%. Depois disso, os índices começaram a cair até chegar à crise hídrica de 2014.
No início desta semana o Lago de Furnas, que também ajuda a abastecer outras hidrelétricas do Sudeste, atingiu 764,10 metros acima do nível do mar, o que representa apenas quatro abaixo do máximo. Até o ano passado ele chegou a ficar até 15 metros inferior ao limite máximo.
Furnas fica no Sul de Minas Gerais e a boa quantidade de água também é sentida em outras usinas da região abastecidas pelo Rio Grande. A Usina de Água Vermelha opera hoje com 87% da capacidade, enquanto que Marimbondo está com 87,6%. Já a Usina de Mascarenhas de Moraes marca 80,8%.
Turismo. Com o lago cheio a população que necessita da água do reservatório comemora o bom momento. As embarcações, que estavam paradas devido às pedras na represa, agora navegam sem problemas. Já os pescadores veem os peixes reaparecerem e os estabelecimentos comerciais vibram com o retorno dos turistas.
Em algumas pousadas a água tinha recuado quilômetros com a seca e a situação ficou crítica. Agora, com a cheia, as atrações aquáticas voltaram a atrair muita gente nos feriados e finais de semana.
"Cheguei quase a fechar as portas, mas agora estou um pouco aliviado", contou José Aparecido da Silva, dono de uma pousada em Alfenas (MG). Segundo ele, os turistas já estão reaparecendo e se o nível do lago se mantiver alto, a expectativa é voltar aos bons tempos do turismo na região.
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