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Presidente da Argentina sugere criação de um Banco Central comum a países do Mercosul

Proposta de Alberto Fernández foi feita durante reunião da cúpula do grupo, no Uruguai; governo brasileiro foi representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão no encontro

Por Matheus Andrade

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, sugeriu nesta terça-feira, 6, a eventual criação de um Banco Central do Mercosul. Durante a reunião de cúpula do grupo, o líder argentino disse que não seria “uma loucura” a criação da autoridade monetária comum.

“Não é loucura para o Brasil, e não é loucura para a Argentina”, afirmou. No evento, o governo brasileiro foi representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

O encontro foi realizado no Uruguai e contou com uma série de discussões sobre acordos comerciais. A reunião marcou ainda a rotatividade da presidência do Mercosul, que passa agora a ser ocupada pela Argentina.

Os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, do Paraguai, Mario Abdo Benitez, e da Argentina, Alberto Fernández, durante encontro do Mercosul, em julho de 2022. FOTO: Cesar Olmedo/Reuters 

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A reunião expôs tensões sobre a flexibilidade comercial do bloco, com atritos entre Fernández e o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou.

Lacalle Pou reafirmou sua intenção de negociar um acordo de livre comércio com a China – pedindo apoio dos parceiros – e entrar no Acordo Transpacífico, alegando que o Mercosul seria “uma das áreas mais protecionistas do mundo”.

“Ninguém pegou um avião para buscar conflito, mas para buscar um retorno” à disputa, disse, admitindo a existência de tensões internas e descrevendo o bloco como “uma zona de livre comércio imperfeita”.

Na segunda-feira, 5, chanceleres do Paraguai, do Brasil e da Argentina já haviam advertido o Uruguai com sanções legais e comerciais, criticando sua atitude de buscar acordos bilaterais que eles interpretam como uma violação da regra do consenso para a tomada de decisões.

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Fernández disse que o acordo com a União Europeia é desvantajoso para seu país porque não contempla assimetrias. Ele também reconheceu que o Uruguai é um país autônomo e pode assinar um acordo de livre comércio com a China, mas pediu um estudo conjunto.

O presidente argentino reconheceu que o “grande problema” do Mercosul “são as assimetrias de seus membros”. “Nós nunca os resolvemos. É hora de ver como vamos resolvê-los”, argumentou./COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS

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