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Randolfe diz que governo não descarta levar desoneração da folha ao STF após Congresso derrubar veto

Líder do governo afirma que debate sobre benefício concedido a 17 setores está inconcluso

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Por Mariana Carneiro

BRASÍLIA - O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), avalia que o tema da prorrogração da desoneração da folha de pagamentos está inconcluso e prevê novo round no Supremo Tribunal Federal (STF).

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O Congresso Nacional derrubou o veto integral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto que prorroga até 2027 a desoneração da folha de 17 setores e reduz a alíquota de contribuição previdenciária de pequenos municípios.

“Vamos ouvir a Advocacia-Geral da União, mas o governo não descarta a hipótese de vir a judicializar o veto da desoneração, sobretudo porque ele traz um impacto fiscal de R$ 20 bilhões e não diz de onde virá concretamente a fonte de receita”, afirmou Randolfe.

'A desoneração é um debate que está em curso, não está concluso', disse o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues. Foto: Wilton Junior/Estadão

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou sem sucesso um acordo com representantes dos 17 setores atendidos até a noite anterior, oferecendo uma alternativa que evitasse que o veto fosse levado à votação.

O argumento é que a desoneração da folha é inconstitucional, uma vez que a reforma da Previdência veda iniciativas que reduzam a arrecadação da seguridade. O vício de inconstitucionalidade aumentou, na visão do governo, porque além de estender o benefício por mais quatro anos para os 17 setores, o projeto aprovado pelo Congresso inseriu prefeituras com até 142 mil habitantes.

“A desoneração é um debate que está em curso, não está concluso. Até quem defende a desoneração não tem crença de que esse tema resistirá a uma provocação ao STF. Vamos ver os próximos capítulos, mas o governo vai continuar dialogando”, disse Randolfe.

O líder do governo afirmou que Haddad se comprometeu em apresentar uma alternativa, ainda que o veto de Lula tenha sido derrubado, e que o governo pretende seguir negociando com os setores atendidos.

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