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Horário flexível e outros benefícios ajudam novas mães no retorno ao trabalho

Autoras compilaram medidas práticas que empresas, colegas de trabalho e parceiros podem adotar para reduzir estresse doméstico com recém-nascidos

Por Academy of Management Insights
Atualização:

Após a volta da licença-maternidade, os chefes, os supervisores e os colegas de trabalho podem criar um ambiente acolhedor e solidário, deixando claro que esse acontecimento importante não passou em branco. Ou podem agir como se nada tivesse acontecido, enchendo de trabalho e de ressentimento a nova mãe.

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Quando se escolhe a segunda opção, praticamente todos perdem: os responsáveis pela criança, os colegas de trabalho e até mesmo o bebê, de acordo com um artigo publicado no Academy of Management Journal, de Laura M. Little, da Universidade da Geórgia, e Courtney R. Masterson, da Universidade de São Francisco.

“O apoio emocional e prático faz a diferença” para os 2,5 milhões de mulheres que trabalham fora de casa nos Estados Unidos e dão à luz todos os anos, disse Laura, coautora de “Mother’s Reentry: A Relative Contribution Perspective of Dual-Earner Parents’ Roles, Resources, and Outcomes” (O Retorno da Mãe: Uma Perspectiva de Contribuição Relativa dos Papéis, Recursos e Resultados dos Pais que Trabalham Fora, em tradução livre).

Laura e Courtney entrevistaram 246 novas mães e 180 de seus parceiros várias vezes ao longo do período de retorno ao trabalho, perguntando se os entrevistados concordavam ou discordavam de afirmações como: “A empresa onde trabalho leva bastante em consideração meus objetivos e valores” e “Na semana passada, precisei adiar tarefas no trabalho por causa das demandas durante meu tempo em casa”. Elas também fizeram perguntas aos pais sobre o comportamento deles no trabalho – por exemplo, tinham falado rispidamente com um colega na última semana?

“Nossos resultados oferecem provas dos efeitos mais profundos da percepção de uma mãe a respeito do apoio organizacional não apenas em relação ao estresse doméstico dela, mas também sobre os resultados de seu parceiro em casa e no trabalho”, de acordo com o artigo.

“O estresse doméstico vai atravessar a todos”, disse Laura. “Você vai se deparar com ele e passá-lo adiante.”

Mas as mães tomam para si o fardo das exigências domésticas. Elas podem estar fisicamente exaustas, geralmente assumindo o papel principal no cuidado do bebê e, além disso, talvez ainda estejam amamentando, o que exige uma rotina de esvaziamento das mamas no trabalho.

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As empresas, os colegas de trabalho e os parceiros podem adotar medidas para ajudá-las, disse Laura.

  • Organizações: políticas generosas de licença-maternidade, horários flexíveis e outros benefícios para a família podem aliviar o estresse, disse Laura. “As empresas devem apoiar de forma proativa as mães que trabalham fora durante todo o período de retorno ao trabalho”, escreveram as autoras, “inclusive demonstrando valorizar os objetivos das mães, verificando o bem-estar delas, oferecendo-lhes algum controle sobre sua agenda e proporcionando uma rede de apoio”.
  • As empresas também podem fazer acordos para administrar a carga de trabalho enquanto alguém está de licença-maternidade. “As organizações não fazem um bom trabalho de planejamento nesse sentido”, disse ela. Se fizessem, isso poderia limitar o ressentimento criado entre os colegas de trabalho que devem assumir mais tarefas enquanto alguém está de licença. E, depois, a mãe poderia ter uma carga de trabalho mais razoável quando voltasse, disse Laura.
  • Supervisores e colegas de trabalho: as empresas são responsáveis por temas importantes, como políticas de trabalho remoto. Mas Laura disse que uma estratégia para aliviar o estresse do retorno ao trabalho não custa nada: as novas mães afirmaram que se sentiam apoiadas quando os colegas conversavam e faziam perguntas simples do tipo: “Como estão as coisas” e “Como posso ajudar?”. Os supervisores podem considerar perguntar às mães o que elas precisam, já que não existe uma solução única, acrescentou Courtney.
  • Parceiros: o estudo e pesquisas anteriores mostraram que as mães fazem a maior parte do trabalho de cuidar de um novo bebê. Essa realidade deve motivar os parceiros a redistribuir as tarefas do trabalho doméstico para aliviar essa carga, disse Laura.

O estudo focou nas consequências negativas de não apoiar as novas mães, mas quando elas se sentem apoiadas, os efeitos positivos podem repercutir de uma forma favorável – resultando em menos estresse para ambos os pais.

Os sentimentos positivos de uma mãe em relação ao apoio que recebe no trabalho “podem afetar o ambiente doméstico gerando emoções positivas, como alegria, ou levando a brincadeiras e diversão em família durante um período particularmente estressante”, escreveram as autoras./TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

© 2023 / Academy of Management / Distributed by The New York Times Licensing Group

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