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Tecsis prepara expansão internacional

Uma das maiores produtoras de pás eólicas do País, empresa quer que sua 3ª fábrica seja no exterior, para atender EUA ou Europa

Por Monica Scaramuzzo
Atualização:
O controlador da Tecsis, Pércio de Souza (E), e o superintendente, Marcelo Soares 

A Tecsis, uma das maiores produtoras de pás eólicas do País, controlada por Pércio de Souza, sócio da butique de investimentos, fusões e aquisições Estáter, avalia a construção de sua terceira fábrica. Desta vez, fora do Brasil. O projeto de internacionalização da companhia começou a ser gestado nos últimos meses e deverá ter o martelo batido ao longo de 2016.

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O investimento previsto para a nova fábrica deverá girar em torno de US$ 50 milhões. Ainda está em avaliação se a unidade deverá atender ao mercado americano ou europeu. Se for voltada para os EUA, a fábrica poderá ser erguida no México. Se for decidido pelo mercado europeu, Turquia é o país candidato a receber esse aporte. 

Os planos de expansão da Tecsis ocorrem quase ao mesmo tempo em que a companhia inaugura sua segunda unidade de produção de pás eólicas. Em fevereiro, a empresa coloca em operação sua fábrica no polo de Camaçari (BA), que deverá atender à demanda da Região Nordeste. Até então, a unidade de Sorocaba, interior de São Paulo, abastecia todo o mercado nacional e externo. Agora, o foco de Sorocaba será atender a Região Sul do País e exterior. 

Neste ano, Sorocaba exportou 40% da produção do grupo. Em 2016, a expectativa é que a unidade paulista embarque metade do volume produzido.

Gestão. Desde julho de 2011 na gestão da Tecsis, Pércio de Souza promoveu nos últimos anos um processo de reestruturação do negócio. “Fizemos uma mudança de gestão, de operação e filosofia da empresa. Buscamos os melhores profissionais do mercado”, contou o empresário ao Estado. 

Conhecido como um negociador que se apega a pequenos detalhes para fechar um grande negócio, Pércio de Souza age da mesma maneira para tocar a própria companhia.Ele acompanha de perto as obras de Camaçari, que já estão em fase final, e uma vez por semana bate ponto na fábrica de Sorocaba. Neste ano, a produção está estimada em 3,6 mil pás eólicas.

A unidade de Camaçari recebeu um aporte total de cerca de R$ 200 milhões, dos quais R$ 170 milhões são oriundos de investidor imobiliário e adiantamento de recursos de clientes. Os outros R$ 30 milhões são da Tecsis. A fábrica foi construída para abrigar oito linhas de produção até 2017. A nova unidade também produzirá pás maiores capazes de gerar mais energia, afirmou Marcelo Soares, diretor superintendente da Tecsis. Soares tem experiência no setor e é egresso da GE.

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Para pôr em prática os planos de inovação, a Tecsis planeja ainda a construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Essa unidade poderá ser erguida em Sorocaba e deve receber investimentos de R$ 15 milhões. Esse projeto está em fase final de aprovação, segundo Souza.

Com faturamento previsto para este ano em R$ 1,5 bilhão, um crescimento de 25% sobre 2014, a expectativa para 2016 é de que a receita da Tecsis fique em R$ 1,85 bilhão.

Neste ano, após conversão de R$ 120 milhões de debêntures (títulos de dívida), Pércio de Souza (com participação de 28,5%) e Unipar (com 17%) fazem parte do bloco de controle da companhia e detêm 52% das ações ordinárias da Tecsis. O BNDES, outros bancos e antigos fundadores respondem pela fatia restante. 

Longe da crise. Apesar de a crise econômica afetar boa parte das indústrias do País, de modo geral, o setor de energia eólica tem passado longe da turbulência financeira, segundo Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). “O programa de investimento no segmento tem sido firme desde 2009, quando foi realizado o primeiro leilão. Hoje, a energia eólica é considerada a segunda mais competitiva do País, atrás somente de projetos hidrelétricos de grande porte.”

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De acordo com Elbia, os preços dos últimos leilões para energia eólica ficaram muito mais competitivos que os de biomassa (do bagaço da cana), por exemplo. “O preço de biomassa ficou cerca de R$ 60 mais caro que o de eólica”, disse a dirigente da Abeeólica.

Segundo ela, os investimentos feitos no País pelo setor como um todo, incluindo as aerogeradoras e produtoras de equipamentos, somam cerca de R$ 20 bilhões. “É um setor que podemos dizer que está blindado da crise que atinge a maioria das empresas do País.”

A Abeelólica é otimista com o futuro. De acordo com Elbia, o setor deve ter crescimento acima de dois dígitos nos próximos anos. O Brasil, segundo a entidade, tem capacidade de 8,4 gigawatt de potência instalada, ou 6% da matriz energética brasileira. Até 2020, a expectativa é alcançar 12% da matriz total energética, com 20 GW.

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