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Universidades criam programas sociais

Projetos de apicultura, de criação de peixes e de apoio a cooperativas são premiados pela ONG Universidade Solidária

Por Andrea Vialli
Atualização:

A ONG Universidade Solidária (Unisol), que estimula a atuação social nas universidades, acaba de escolher dez projetos dedicados ao meio ambiente e ao desenvolvimento econômico de comunidades pobres. Cada projeto receberá R$ 40 mil para executar seus trabalhos. O programa, em sua 11ª edição, já financiou 47 projetos universitários em todo o País. Os projetos revelam qual é o tipo de trabalho que está sendo desenvolvido pelas universidades. Entre os projetos a serem colocados em prática este ano estão atividades de apicultura (criação de abelhas e extração de mel), criação de peixes, cooperativas de catadores de lixo, apoio a profissionais que trabalham com adubo e organização de costureiras na periferia de São Paulo. ''''A seleção de projetos dá prioridade para aqueles que coloquem os estudantes em contato com problemas reais e não só questões acadêmicas'''', explica Elisabeth Vargas, superintendente executiva da Unisol. ''''Os projetos têm de envolver a comunidade e depois caminhar com as próprias pernas'''', completa Laura Oltramare, superintendente de desenvolvimento sustentável do Banco Real, que patrocina a iniciativa. Já foram investidos R$ 850 mil reais nos projetos. Laura diz que há projetos em que o salto na renda das comunidades envolvidas é rápido - caso de um grupo de catadores de lixo em São João del Rei (MG), cuja renda individual saltou de R$ 250 mensais para R$ 400, após a criação de uma cooperativa. Há outras iniciativas, que partem de pesquisas da universidade, em que esse processo é mais lento. ''''Muitas vezes é preciso adaptar as pesquisas para a vida prática das comunidades'''', diz. Outro exemplo de sucesso é a Cooperativa de Ostras de Cananéia (Cooperostra), formada por moradoras de antigos quilombos da região da Juréia, no litoral sul do Estado. A cooperativa, criada em 1997, já apostava no manejo sustentável de ostras como fonte de renda. Ela fornecia ostras para municípios da Baixada Santista, mas precisava aumentar a demanda pelo produto. ''''Eles produziam muito, mas não conseguiam vender'''', diz Carlos Frederico Lúcio, professor de antropologia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), que ajudou a montar um plano de marketing para a cooperativa. Cerca de 60 estudantes se envolveram na empreitada. Depois, eles trabalharam na estruturação de outras duas cooperativas na região, de costureiras e dedicada ao ecoturismo. Hoje a Cooperostra tem 200 associados, que respondem pela produção anual de 30 mil dúzias de ostras. Cerca de 90% da produção é vendida no litoral paulista e na capital, a um preço que varia de R$ 5 a R$ 10 a dúzia.

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