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Cetesb autua USP Leste por poluição do solo e professores entram em greve

Unidade da zona leste de São Paulo não teria cumprido 11 exigências ambientais, como extração de gás metano, inflamável, do solo

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Por Paulo Saldaña

O câmpus da USP Leste, na zona leste da capital paulista, não cumpriu 11 exigências de controle e despoluição do solo e foi autuada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). O solo do local é contaminado com gás metano, que é inflamável. Depois de parte da área ser interditada na sexta, dia 6, “por conter contaminantes com riscos à saúde", os professores decidiram entrar em greve nesta terça, dia 10.

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Por estar na várzea do Rio Tietê, toda a área ocupada pela unidade - e também as vizinhas - apresentam problemas de poluição de solo. Entre as exigências não atendidas, segundo a Cetesb, há a instalação de sistema de extração de gases de todos os prédios, avaliações de risco à saúde, além de investigação ambiental detalhada do solo. A Cesteb deu 60 dias para a USP atender à penalidade de advertência. 

Três placas informando interdição foram instaladas ao redor de um dos gramado da unidade. Nenhum prédio, no entanto, foi interditado.A USP Leste tem quase 6 mil alunos e oferece 10 graduações.

Em assembleia realizada no início da tarde, os docentes do câmpus, que abriga a escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), decidiram que vão manter as atividades interrompidas até que haja a informação da real extensão dos problemas. Os professores não descartam interromper as aulas até que as exigências ambientais sejam realizadas, segundo informou um dos coordenadores de curso, que pediu para não ser identificado.

A direção da USP Leste informou que o solo da unidade não oferece risco aos alunos, mas o atendimento às exigências da Cetesb são de responsabilidade da Superintendência do Espaço Físico (SEF), ligado à reitoria da USP. "Também fomos pegos de surpresa com a autuação e com as placas", disse o diretor, Jorge Boueri.

A USP Leste obteve a Licença Ambiental de Operação que autoriza seu funcionamento em novembro passado, oito anos depois de ter iniciado as atividades. As exigências citadas no auto de infração, do dia 2 de agosto, eram previstas na licença.

A direção da USP Leste vai reunir nesta quarta-feira, 11, alunos e funcionários para explicar a situação. A reitoria da USP informou que encontra-se em processo de contratação de empresa especializada. As exigências, segundo nota, estão sendo cumpridas “na medida do possível”, levando em conta os mecanismos de licitação. A documentação referente às análises efetuadas teriam sido entregues à Cetesb. A universidade não detalhou quais das onze exigências citadas pela autuação foram efetuadas.

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*Atualizado às 22h22 para contemplar as informações encaminhadas pela reitoria da USP

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