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Covas paralisa planos de abertura das escolas em São Paulo

Situação da pandemia 'deixou de melhorar', segundo avaliação da Prefeitura, e por isso não haverá novas autorizações para o ensino público e particular

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Foto do author Renata Cafardo

O prefeito Bruno Covas anunciou nesta quinta-feira, 19, que as escolas públicas e particulares não terão novas autorizações de funcionamento presencial. Segundo o Estadão adiantou, haverá uma pausa nos planos de abertura na educação porque os dados da pandemia pararam de melhorar na cidade.

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As escolas poderão continuar a dar aulas presenciais para o ensino médio, como está autorizado desde o dia 3. Para educação infantil e fundamental, será mantida a exigência de apenas oferecer atividades extracurriculares. Continuam também autorizados apenas 20% dos alunos por dia nas escolas.

"Não vamos avançar, mas os números não mostram nenhuma necessidade também de retroceder", disse o prefeito. Segundo ele, há uma "estabilidade em relação ao número de casos e óbitos" na cidade, mas um aumento nas taxas de ocupação de leitos de UTI para covid. Atualmente, 45% dos cerca de 900 leitos de UTI estão ocupados e 61% dos de enfermaria.

Questionado, o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, disse que as escolas "não devem fechar novamente" e que a Prefeitura trabalha com "segurança e tranquilidade" para que não aconteça o mesmo que em Nova York. Nesta quarta-feira, a cidade americana anunciou que o ensino presencial seria paralisado novamente, depois de apenas oito semanas de aulas.

Também seguindo os protocolos de segurança, os professores orientam os alunos a cada atividade realizada no colégio Foto: Felipe Rau/ Estadão

A avaliação na Prefeitura, segundo o Estadão apurou, foi de que era importante não dar um passo a frente para não retroceder depois. Havia a expectativa de que os ensinos fundamental e infantil pudessem passar também a dar aulas presenciais. Segundo levantamento feito pelo Estadão nas escolas particulares de elite da capital, a maioria teve no máximo dois casos de covid entre os alunos ou entre os professores desde que foram abertas, há pouco mais de um mês.

Nesta semana, no entanto, um surto na escola americana Graded, revelado pelo Estadão, assustou pais e diretores. Seis alunos testaram positivo para covid e 17 professores estavam com sintomas depois de centenas de adolescentes participarem de festas em bairros nobres da capital. As atividades tiveram de ser paralisadas na escola.

Na coletiva, tanto o secretário de Educação quanto o de Saúde criticaram o comportamento de jovens de classe alta. "Fora do ambiente de sala de aula, eles precisam continuar se resguardando, não frequentando festas, baladas. Só assim, vamos conseguir manter as escolas abertas", disse Caetano, da Educação. "Fazemos um apelo para esse segmento da sociedade que passou a circular em baladas e restaurantes", completou Edson Aparecido, da Saúde. O Estadão apurou que há festas sendo realizadas em condomínios nas áreas nobres da cidade e também no interior, como em Itu.

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Em entrevista ao Estadão, o membro do Centro de Contingência contra o Coronavírus do governo de São Paulo e infectologista David Uip atribui o aumento de casos em São Paulo às festas e encontros sociais. "Jovens vão para festas como se a pandemia tivesse acabado", disse. Para ele, o problema não são as escolas ou salões de beleza, que seguem normas de segurança.

A Prefeitura autorizou que as escolas voltassem na capital em 7 de outubro. Atualmente, 83 das 4 mil unidades municipais (creches e escolas) estão funcionando presencialmente. A abertura foi decidida por cada escola. Entre escolas particulares, a abertura chega a 80%.

Mesmo sem aulas presenciais, a rede municipal terá em dezembro uma avaliação diagnóstica dos alunos do ensino fundamental para verificar a aprendizagem durante a pandemia.

Caetano também anunciou que alunos do 3º ano do ensino médio, se quiserem, poderão fazer novamente a série em 2021. A Prefeitura tem nove escolas de ensino médio. A maioria desse nível de ensino é do Estado, que também já anunciou um 4º ano do médio opcional no ano que vem.

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