PUBLICIDADE

Eleição também é assunto de criança

Não é necessário um momento solene para conversar com os filhos sobre política: é no cotidiano que isso pode acontecer

colunista convidado
Foto do author Rosely Sayão
Por Rosely Sayão
Atualização:

Este domingo não será um dia como outro qualquer para crianças e adolescentes. A maioria sabe que é dia de eleição: ouviram em rádios e viram muitas coisas nas telas. Os mais novos viram muitos “memes” relacionados a candidatas e candidatos e se divertiram com eles. Receberam notícias falsas sobre urnas e políticos e muitos deles formaram a sua opinião a esse respeito. A criançada assistiu a muitas cenas de violência por rixas políticas e, em geral, ouviram muitos nomes de políticos em casa. Ouviram falar, por exemplo, que os políticos são corruptos. Eles aprenderam muito observando, ouvindo, assistindo a vídeos.

PUBLICIDADE

Sim: Política também é assunto de criança e de adolescente! Mas não apenas em época de eleições. E como eles, sozinhos, podem chegar a conclusões equivocadas, é bom estabelecer diálogos políticos em casa e nas escolas. E é importante saber que não se trata de nomes de políticos ou de partidos: eles precisam entender que tudo na vida é política.

Com as crianças menores, é preciso usar fatos concretos para que elas comecem a entender. Por exemplo: se ela frequenta escola, pública ou privada, ela consegue entender que é a política educacional que decide o que deve constar no currículo; se há parques com natureza preservada e bem cuidada próximos de onde mora, ela entende que isso é uma escolha política; se ela aprende a economizar água, não jogar lixo nos espaços públicos, reciclar embalagens, ela entende que essa é uma decisão política. Crianças maiores e adolescentes podem, inclusive, experimentar na escola a criação e a utilização do grêmio estudantil, já que isso ensina sobre o processo eleitoral.

Urna eletrônica Foto: FILIPE ARAUJO/AE  Foto: FILIPE ARAUJO/ESTADÃO

É ter preciso candidatos, programas com propostas viáveis e participação na votação. A escola que seu filho frequenta não tem grêmio dos estudantes? É bom buscar saber os motivos. Não é necessário um momento solene para conversar com os filhos sobre política: é no cotidiano que isso pode acontecer.

Ao observar crianças vendendo nas esquinas, adultos dormindo nas ruas, ou transgressões no trânsito, converse com eles sobre os aspectos políticos dessas situações. Você planeja votar acompanhado de seus filhos? Alguns cuidados são necessários. Criança pequena não sabe guardar segredo! Ela pode repetir em voz alta o número que você digitou. Também é preciso que você não permita que ela atrapalhe as outras pessoas. Aliás, ensinar como se comportar em situações sociais formais é uma bela lição política. Boa eleição a todos!

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.