Terminou há pouco a assembleia dos servidores grevistas da Universidade de São Paulo (USP) realizada dentro do prédio da reitoria, que foi invadido e ocupado nesta manhã. Os funcionários votaram pela continuidade da paralisação, que já dura 35 dias, e manutenção da ocupação por tempo indeterminado.
Na reunião, os servidores discutiram e planejaram algumas atividades do movimento grevista a partir de agora. Nesta noite deve ocorrer um show em frente à reitoria.
Para entrar no prédio, os funcionários quebraram o portão da garagem e depois forçaram a abertura de uma porta. Uma vidraça também foi quebrada e uma marreta foi usada para quebrar a parede de uma sala com portas blindadas.
Segundo Magno de Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), a reconstrução dessa parede já está sendo providenciada. "Foi só um modo de a gente entrar na reitoria", disse.
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Audiência pública
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) esteve na USP e conversou com os servidores. Segundo ele, a universidade tem orçamento para conceder o reajuste de 6% aos funcionários, a principal reivindicação do movimento grevista.
"A grande violência foi o que o reitor João Grandino Rodas fez. Este está sendo um movimento pacífico e não houve danos ao patrimônio", afirmou, referindo-se ao desconto dos dias não trabalhados nos salários de cerca de mil funcionários.
Os reitores das três universidades estaduais paulistas - USP, Unesp e Unicamp - foram convocados para uma audiência pública marcada para as 10 horas desta quinta-feira, 10, na Assembleia Legislativa. Giannazi também se comprometeu a protocolar pedido de audiência pública nas comissões de Direitos Humanos e do Trabalho, segundo ele, para que Rodas "explique o processo de criminalização do movimento grevista".