Ouvidoria das polícias pede investigação em ação da PM em escolas ocupadas
Ouvidor Julio Cesar Fernandes pediu apuração da Corregedoria da PM e Ministério Público sobre casos ocorridos em Osasco e no centro de São Paulo
Por Redação
Atualização:
Atualizada em 2/12 às 10h14
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O ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves, solicitou nesta terça-feira, 1, que ações da Polícia Militar (PM) em duas escolas ocupadas sejam investigados pela Corregedoria da PM e pelo Ministério Público. Até agora, 191 escolas estaduais estão ocupadas em protesto ao progrjeto de reorganização da gestão Geraldo Alckmin (PSDB).
Em um dos casos, na Escola Estadual Coronel Sampaio, em Osasco, policiais militares jogaram bombas nos estudantes, "mas não impediram que invasores ateassem fogo no Colégio", segundo o ouvidor.
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Outro caso, na Escola Estadual Maria Jose, na Bela Vista, região central da cidade, policias militares entraram em confronto com estudantes, "agredindo um deles no peito e derrubando-o no chão". "Na sequência, fecharam a porta, tudo isso visto em video que esta nas redes sociais", argumenta o ouvidor.
Fernandes Neves afirma, em nota, que a Policia Militar "não pode e não deve intercederem assuntosda pasta da Secretaria de Educação, e ater-se somente no que diz respeito a Segurança Pública". "Entendemos queogoverno precisa explicar mais e melhor a proposta de restruturação do ensino no Estado aos diretamente interessados no projeto, bem como à opinião pública”, finaliza a nota.
Procurado, o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, enviou nota nesta quarta-feira, 2, em que afirma estranhar a "atitude político-partidária do ouvidor da Polícia, que não tem atribuição nem conhecimento técnico para comentar a reestruturação do ensino em São Paulo". O texto também afirma que "o ouvidor demonstra total desconhecimento das ações da Segurança Pública, pois a polícia continuará atuando para impedir que haja dano ao patrimônio público, como o ocorrido em Osasco, ou tumultos e badernas nas ruas, que prejudicam o acesso de milhões de paulistas ao trabalho e estudo".
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da PM, mas até a publicação da reportagem não havia resposta sobre o posicionamento do ouvidor.