PUBLICIDADE

Sem adição de glúten

Alimentação saudável e livre de glúten pode ajudar a ter uma vida mais ativa e sem dores

Por Yury Ferrero
Atualização:
“O corpo humano foi talhado para comer aquilo que está o quão mais próximo possível da natureza", explica nutricionista Foto: Cipher/ Creative Commons

Sabe aquele salgado com cafezinho pela manhã na lanchonete mais próxima ao trabalho? Ele pode não ser a melhor opção para te dar o sustento necessário para mais um dia. Neste caso, um dos maiores problemas está no valor nutritivo de comidas processadas e bebidas à base de alguns grãos ricos em glúten. Entre o bem e o mal, a substância pode não ser de todo ruim, mas precisa de atenção e ajuda nutricional.

PUBLICIDADE

Pelo fato de ser comum o consumo no dia a dia das pessoas, é difícil reduzir e nem um pouco aconselhável que se prive de ingerir glúten. No entanto, é preferível que se evite introduzir a substância no organismo por meio de comidas com maior concentração. É isso o que a nutricionista clínica funcional e fitoterapeuta, Gisela Savioli, indica em entrevista ao programa Rota Saudável, da Rádio Estadão.

Produtos originários de trigo, aveia, centeio, cevada e malte possuem o glúten como principal proteína. Alguns destes itens estão presentes com grande frequência na alimentação do brasileiro. Por hábito, derivados como pães, bolos e cervejas já fazem parte do cardápio diário de algumas pessoas no Brasil. Sendo assim, altas quantidades de glúten também. E qual o problema nisso?

Quando nos alimentamos, o sistema digestivo tem o trabalho de processar cada nutriente. Eles são fragmentados no processo gastrointestinal e mandados à corrente sanguínea. As proteínas presentes no glúten são maiores e mais resistentes à quebra. Por conta disso, elas tendem a se prender na parede do estômago e com o tempo criar fissuras. Por estas frestas, a gordura invade as veias e prejudica a circulação.

“O corpo humano foi talhado para comer aquilo que está o quão mais próximo possível da natureza. Pesquisas do professor Alessio Fasano apontam que o glúten moderno e geneticamente cruzado é cerca de 20 vezes mais concentrado. Antes você comia muito com pouco glúten, já hoje se come pouco com muito glúten”, afirma Gisela ao falar da prática da indústria contra a saúde do corpo.

Por conta de tal excesso, alguns podem sentir desconforto pelos efeitos do glúten no organismo. Aos mais sensíveis à proteína o consumo frequente e prolongado pode acarretar diversos problemas, começando por intolerância alimentar. Esta complicação inicial envolve também desconforto abdominal, gases e retenção de líquido. 

O glúten provoca ainda a estagnação do metabolismo e isso implica na obesidade e baixa imunidade. Isto acontece porque a difícil digestão do glúten dificulta o aproveitamento dos nutrientes encontrados em outros alimentos. As enzimas digestivas se tornam insuficientes para fragmentar a energia em forma de gordura armazenada no estômago.

Publicidade

O mal funcionamento do intestino nestes casos pode propiciar acúmulo de toxinas no sangue, o que eleva o risco de dores de cabeça. Aos que têm enxaqueca, o glúten pode ser um fator de agravo às dores, porque é um alimento de propriedades inflamatórias.

A presença de carboidratos pode influenciar na corrosão do cálcio no corpo. O resultado eleva a chance de adquirir osteoporose, insônia, hipertensão, colesterol alto, entre outros problemas ligados ao consumo de açúcar. Além disso, a depressão e mau humor aumentam com a produção anormal de serotonina provocada pelo glúten. Esta substância em dose certa ajuda na regulação do sono, saúde sexual, e cólicas da TPM.

Tratando-se de quadros mais sérios, como o das pessoas celíacas, a tolerância deve ser zero para a ingestão de glúten. Pessoas com este tipo de problema, ao ter as paredes do intestino delgado coberta pelo glúten, apresentam sintomas diversos. Entre eles estão o abdômen estufado, diarreia, vômito, perda de peso, anemia e a osteoporose.

A intolerância costuma ser detectada ainda na infância, mas em alguns casos a doença não apresenta sintoma nenhum. Isso pode dificultar o diagnóstico e a adesão de uma dieta livre de glúten. E “livre” significa ficar bem longe dos derivados e, para espanto, dos produtos integrais também.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Apesar de a farinha integral preservar o gérmen e o farelo de trigo, a especialista atenta ao fato de que um dos primeiros ingredientes do pão integral, por exemplo, é o glúten. “A farinha integral é muito mais pesada, então a indústria coloca mais glúten na fórmula”, relata a nutricionista.

Ela ainda ressalta que, para se ter uma alimentação saudável é preciso estar ligado às quantidades consumidas de alguns alimentos, como as frutas. Segundo Gisela, todos os alimentos contêm seus níveis de gordura, como o limão. Portanto consultar um nutricionista deve ser a primeira decisão a ser tomada. Com exceção dos legumes, que são ótimas fontes de carboidratos, tudo mais possui glúten.

“Eu preciso de 44 outros nutrientes às mais de 50 milhões de células que nós trocamos todos os dias, fora as 100 trilhões presentes no organismo. Não se pode perder a oportunidade de colocar comida de verdade no prato”, explica a nutricionista sobre a importância de reduzir o consumo de glúten.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.