A desigualdade social impacta diretamente na vida de crianças e adolescentes, em restrições, como o acesso à educação, saúde e exploração do trabalho infantil. Um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), publicado em junho deste ano, apontou que uma criança brasileira pobre levaria nove gerações para atingir renda média.
O dado revela que o "elevador social" está estagnado em vários países industrializados, levando em média cinco gerações para que um descendente de uma família pobre alcance o padrão de vida médio em seu país. Em condições peculiares de desenvolvimento, as crianças e adolescentes são os mais afetados pela pobreza multidimensional.
Na última quarta (28), a Rede Nossa São Paulo lançou o Mapa da Desigualdade. Separei aqui dez dados que dão conta da dificuldade que afeta diretamente a infância e juventude:
- + Os seis maiores bilionários do País juntos possuem riqueza equivalente à da metade mais pobre da população.
- + Em vinte anos, os rendimentos dos negros passaram de 45% do valor dos rendimentos dos brancos para apenas 57%. Se mantido o ritmo de inclusão de negros observado nesse período, a equiparação da renda média com a dos brancos ocorrerá somente em 2089.
- + Mantida a tendência dos últimos 20 anos, as mulheres terão equiparação salarial somente em 2047.
- + Vila Andrade tem 605 vezes mais favelas que Pinheiros.
- + O índice de gravidez na adolescência em Parelheiros é 24,96 vezes maior que o índice no Jardim Paulista.
- + Em Cidade Tiradentes, a idade média de morrer é de 58,45 anos. Já no Jardim Paulista, é de 81,58 anos.
- + A proporção de leitos hospitalares públicos e privados disponíveis por mil habitantes é 1251,65 vezes maior na Bela Vista, em relação a São Rafael.
- + A agressão contra as mulheres no Jardim São Luis é 180,49 vezes maior do que no Jardim Paulista.
- + A taxa de emprego formal em Cidade Tiradentes é 246,70 vezes menor do que na Barra Funda.
- + A arrecadação do IPTU no Itaim Bibi é 4139,90 vezes maior do que em Marsilac.