
Uma tensão pré-menstural (TPM) piorada, com mais tensão e irritabilidade em casa, na escola e no trabalho, sintomas de depressão e até impulsos de autolesão. Esse é o quadro chamado de TDPM, o transtorno disfórico pré-menstrual. Se você ou alguma mulher da sua família sofre esses sintomas, é melhor agendar uma consulta médica.
O TDPM é uma variação turbinada da TPM, e atinge entre 2% e 10% das mulheres. A causa está associada a uma má resposta das células nervosas em relação a serotonina, neurotransmissor responsável pelo humor e regulação do sono. Segundo o psiquiatra Mauro Aranha, presidente do Cremesp, o TDPM é consequência da alteração do funcionamento da serotonina no corpo, o que acaba provocando reações emocionais desproporcionais aos estímulos externos.
Como diagnosticar? A ginecologista Maria Elisa Noriler explica que, para se enquadrar como TDPM, os sintomas mais graves precisam acontecer entre 2 e 10 dias antes da menstruação, e devem cessar assim que o ciclo menstrual se inicia. "Se durar mais tempo, pode ser um quadro psíquico por si só, não relacionado ao período menstrual". O quadro deve se repetir por pelo menos três meses consecutivos. "Menos que isso é complicado fazer um diagnóstico de TDPM mais preciso", informa Elisa.
Por que acontece? Ainda não se sabe todas as causas da alteração do funcionamento da serotonina, mas o desequilíbrio pode estar associado a questões genéticas e histórico de depressão familiar. A própria depressão deriva da disfunção da serotonina no sistema.
O tratamento. É preciso equilibrar o funcionamento da serotonina no corpo. Em alguns casos, parte do equilíbrio pode ter o auxílio da melhora da hidratação, por meio de água e sais minerais, e de uma alimentação que estimule o metabolismo (vitamina B6) e evite a absorção direta de açúcares, na medida em que reduz o consumo de doces e carboidratos industrializados. Recomenda-se atividade física que inclua aeróbica, pelo menos três vezes por semana.

Já para os quadros mais complicados, Aranha afirma ser indicada a medicação psico-farmacológica. São receitados medicamentos à base de fluoxetina, que otimizam o funcionamento da serotonina no cérebro.
O período de tratamento dura entre um e dois anos, tempo necessário para a regulação do sistema neurológico e funcionamento da serotonina, na maioria dos casos. Geralmente, são os ginecologistas e psiquiatras que acompanham as pacientes de TDPM.