Internacionalizar é um sonho para muitos empreendedores e um objetivo para grandes grupos que desejam expandir suas fronteiras e ter ainda mais espaço para crescer. No mercado de moda, as marcas brasileiras ainda têm um empurrãozinho a mais pela imagem criativa e descontraída do "made in Brazil".
Apesar disso, são enormes os desafios para uma empresa nacional dar seus passos em outros territórios. Entre eles, podemos destacar alguns pontos:
- definir por onde começar, entendendo peculiaridades do mercado nos países destino;
- desenvolver um sistema de produção e abastecimento com custos e velocidade compatíveis com o ambiente concorrencial no exterior;
- conquistar espaço junto aos grandes operadores de varejo internacionais, tais como lojas de departamento, multimarcas e marketplaces;
- estabelecer equipe, estrutura e tecnologia para operar essa nova frente do negócio.
Tudo isso partindo do pressuposto que a empresa esteja capitalizada para dar esse passo, já que os investimentos para o processo de estruturação e operação não são baixos.
Para o Grupo Arezzo, este último fator não é exatamente um problema. No ano passado, o grupo levantou R$ 833 milhões em uma oferta de ações com a promessa de continuar crescendo por aquisições. Se um grande objetivo do grupo era internacionalizar, o melhor caminho é comprar uma marca fora do Brasil.
Muito além do estilo (amplamente comentado nas redes sociais) o que a marca italiana Paris Texas tem de interessante para o grupo é sua estrutura e sua cadeia de fornecimento. Com a aquisição de 65% da marca por 25 milhões de euros, o Grupo Arezzo leva muito mais do que a marca em si. Afinal, quanto vale o acesso a uma cadeia de produção de calçados na Itália e a varejistas como Bergdorf Goodman, Harrods, Saks e Selfridges?