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Shirley Manson escreve sobre sua luta contra a depressão e automutilação para jornal

Os problemas que surgiram com a adolescência ficaram piores por conta do sucesso

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Por Redação
Atualização:
A cantora Shirley Manson, vocalista da banda Garbage, escreveu artigo falando sobre sua luta contra a depressão e automutilação Foto: Mario Anzuoni/Reuters

Alerta de gatilho emocional: o texto a seguir contém relato de automutilação. 

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A cantora escocesa Shirley Manson, vocalista da banda Garbage, escreveu um artigo para o jornal The New York Times onde falou pela primeira vez sobre sua luta contra a depressão e automutilação que a acompanham desde a adolescência mesmo nos momentos de maior sucesso da sua banda.

Shirley conta que os problemas começaram após ela abandonar a escola por conta de baixo rendimento e começar uma vida de abusos em álcool, drogas e sexo. "Eu estava me relacionando com vários parceiros, experimentando drogas e bebendo quantidades alarmantes de álcool. Eu queria me afastar da depressão e acabava só acordando depois das quatro da tarde", disse a cantora.

Ela começou a se cortar quando estava em um relacionamento abusivo, após uma discussão com o seu então namorado, e disse que o poder que sentiu por conta disso foi enorme. "Não doeu e eu me senti poderosa e invencível, como se tivesse retomado as rédeas da minha vida", falou. "O problema, claro, é que quando você começa a entrar nesse mundo da automutilação você começa a ficar melhor e mais eficiente nessa prática. Comecei a me cortar mais profundamente e sabia esconder para ninguém perceber sobre o assunto", continuou.

Shirley falou que ela parou de se automutilar com o fim do relacionamento, mas  após o lançamento do disco Version 2.0 em 1998, que lançou a banda Garbage para o cenário mundial, o desejo voltou. "Sofri com pressões mentais e físicas enormes por conta das pressões da mídia e o desejo de me cortar foi maior do que nunca", desabafou Shirley, dizendo que, apesar do sucesso, ela se sentia como uma impostora.

Mesmo assim, ela resistiu aos impulsos. "Os rigores das turnês faziam com que eu tivesse pouco tempo para me indagar em pensamentos ruins ou que me fizessem mal", falou a cantora. "Eu fico me policiando sobre esses pensamentos ruins e prometi a mim mesma que vou me segurar. Eu escolhi falar sobre isso. Tento fazer coisas boas não só para mim, mas para outros. Me cerco de pessoas que me fazem bem", explicou Shirley.

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