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Yves Saint Laurent e seu louco amor

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Por Renata Reps
Atualização:

Em cartaz desde o dia 3 de dezembro, o filme

O Louco Amor de Yves Saint Laurent

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continua atraindo interessados por moda às salas de cinema do País. A vida do modesto e misterioso estilista francês, discípulo de Christian Dior e principal responsável pela popularização do

prêt-à-porter

no mundo, merece a curiosidade de todos. Ainda mais quando a história é narrada pelo companheiro de Yves durante anos, seu sócio e ex-marido Pierre Bergé. O filme gira em torno do leilão promovido por Bergé em fevereiro de 2009, depois da morte de Yves. O casal era apaixonado por obras de arte - característica bastante presente no trabalho profissional de Yves, que diversas vezes usou referências artísticas para criar seus modelos - e coletou um conjunto impressionante de peças. "Não conseguimos juntar tudo isso em 10 ou 20 anos, mas em toda uma vida", diz Bergé no documentário.

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O leilão de 733 itens foi feito no Grand Palais, em Paris, tendo um saldo final de 370 milhões de euros - o maior do tipo na história mundial. Entre os artigos, quadros de Picasso, esculturas do Egito Antigo e joias de monarcas ingleses. A venda foi promovida pela maison Christie's e a obra de maior valor foi um quadro de Henri Matisse, repassado a 32 milhões de euros. A linha narrativa do filme segue, portanto, a preparação para o leilão. Durante mais ou menos toda a primeira metade, o roteiro percorre a criação do fenômeno Yves Saint Laurent, a fundação da maison de moda, sua vida e dedicação ao trabalho e genialidade criativa. No final, entretanto, perpassa os últimos anos da vida do estilista, que enfrentou severos problemas de depressão, abuso de álcool e drogas e reclusão total até a saída da vida pública e aposentadoria. O narrador é Bergé, seu companheiro fiel, de quem Yves separou-se afetivamente em 1976, mas permaneceu ligado até sua morte decorrente de um câncer cerebral em 2008.

O Amor Louco de Yves Saint Laurent

fez, portanto, escolhas de roteiro bastante particulares. Pouco se falou sobre a importância fundamental do designer na moda do século 20. Criador de peças fundamentais, como

Le Smoking

(terno feminino), as jaquetas safári, os vestidos Mondrian e as botas de cano altíssimo, ele tornou possível que praticamente tudo que usamos na vida moderna tenha a influência da sua forma de encarar a moda. Mas as cenas de desfiles antigos, bastidores da criação de Yves e retrospectivas de discursos e entrevistas que ele fez em vida agradam, com toda certeza, aos fãs da elegante

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maison

de moda. É impossível não se emocionar com a cena do último desfile, em 2002, em que ele aparece mais gordo, curvado e com um semblante melancólico. "Eu só via Yves feliz duas vezes por ano: no final dos desfiles de inverno e de verão, em que ele recebia os aplausos calorosos do público; mas a alegria só durava algumas horas", revela Bergé. O filme está em cartaz na sala 9 do Frei Caneca Unibanco Arteplex, às 16h40.

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