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'Whitewashing': relembre críticas à escolha de atores com pele mais clara que seus personagens

Anúncio de Gal Gadot para viver Cleópatra gerou polêmica recentemente; veja outros casos que chamaram atenção em filmes

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Por Redação
Atualização:
A atrizGal Gadot Foto: Angela Weiss / AFP

O termo whitewashing, que se refere ao embranquecimento de personagens de outras etnias, trouxe uma crescente discussão na escolha do elenco dos filmes de Hollywood nos últimos anos.

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Recentemente, por exemplo, o anúncio de que a atriz israelense Gal Gadot fará o o papel de Cleópatra, uma rainha africana, rendeu críticas. Relembre abaixo este e outros casos marcantes de atores que deram vida a personagens de outras etnias no cinema e foram criticados por isso.

Gal Gadot e Elizabeth Taylor como Cleópatra

"Hollywood sempre escala atrizes americanas brancas como a Rainha do Nilo. Pelo menos uma vez, eles não conseguem encontrar uma atriz africana?", tuitou o autor James Hall, em referência também a Elizabeth Taylor , que interpretou a personagem no clássico de 1963, Cleópatra.

Elizabeth Taylor em 'Cleópatra', clássico de 1963 Foto: Twentieth Century Fox

Gérard Depardieu como Alexandre Dumas

Em 2010, o ator Gérard Depardieu, branco, loiro e de olhos azuis, teve sua pele escurecida e usou uma peruca para interpretar Alexandre Dumas, que era negro, no filme L'Autre Dumas, de 2010. Ativistas do movimento negro consideraram a escolha como um "insulto", mas Frank Le Wita, produtor do longa, afirmou que a escolha se deu por conta da "vivacidade" de Depardieu.

Em vida, Dumas referia à sua própria pessoa como "um negro" e era neto de um ex-escravo haitiano. Ele também era constantemente alvo de comentários ofensivos por conta de suas feições. Seu pai foi um general do Exército francês no século 19. Clique aqui para conhecer mais sobre a obra e vida do autor.

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Taís Araújo como Joana D'arc

Taís Araújo e a cientista Joana D'Arc Felix de Souza Foto: Ellen Soares / Globo / Divulgação | Alex Silva / Estadão

Em maio de 2019, a atriz Taís Araújo desistiu de interpretar a química brasileira Joana D'Arc Felix de Souza em um filme que a traria como protagonista pelo fato de seu tom de pele ser mais claro que o da cientista.

"Achei as críticas justas. Pensei: 'Como uma pessoa que trabalha com isso, como eu, não estava alerta? Eles estão absolutamente certos'. Eu reflito o tempo inteiro sobre inclusão, representatividade e importância de todo mundo participar do mercado", contou a atriz, em entrevista ao jornal O Globo.

Posteriormente, uma reportagem do Estadão demonstrou que o diploma da química em Harvard era falso, apontando também outras inconsistências em seu currículo (clique aqui para ler mais), o que atrapalhou o desenvolvimento do filme.

Zoe Saldana como Nina Simone

Zoe Saldana como Nina Simone (à esquerda) e num evento (á direita) Foto: Estadão

Zoe Saldana e o RLJ Entertainment, estúdio que produziu o filme Nina, sobre a vida da cantora Nina Simone, receberam inúmeras críticas pela maquiagem usada para criar uma pele mais escura e pelo uso de uma prótese no nariz da atriz para as gravações.

O fundador e presidente do conselho da RLJ Entertainment, Robert L. Johnson , disse que Saldana, que tem heranças étnicas de Porto Rico e República Dominicana, não deveria ser julgada pela cor de sua pele, mas por sua performance.

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Em agosto de 2020, quatro anos após o lançamento, ela revelou arrependimento por ter aceitado o papel: "Eu nunca deveria ter interpretado Nina. Eu deveria ter tentado tudo o que estava ao meu alcance para escolherem uma mulher negra para interpretar uma mulher negra excepcionalmente perfeita".

Scarlett Johansson como Motoko Kusanagi

No filme A Vigilante do Amanhã: Ghost In The Shell, Scarlett Johansson interpretou a protagonista Motoko Kusanagi. À época diversas críticas foram feitas por conta da escolha de uma atriz sem traços orientais para o papel.

Whitewashing em novelas

Críticas parecidas foram feitas em novelas recentes. Entre elas, Segundo Sol, novela das 8 da Globo que se passava na Bahia e trazia poucos atores negros no elenco, especialmente entre os protagonistas.

Na ocasião, o Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho, enviou à Rede Globo uma notificação recomendando à emissora a devida representação racial na novela. 

Já em Sol Nascente, a escolha de Luís Melo e Giovanna Antonelli como protagonistas de uma família nipônica também gerou controvérsia. A polêmica originou um movimento pedindo uma maior representatividade de artistas nipônicos na TV e no cinema.

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