O que o yoga propõe para ter mais consciência
O asthanga yoga, que ficou tão conhecido no Brasil e no mundo há mais ou menos uma década e do qual sou um dos precursores por aqui, é um sistema de hatha yoga (yoga físico), que eu, como praticante e instrutor há mais de 20 anos, gosto muito de chamar de "a respiração em movimento". Mas o que muita gente não sabe é que ashtanga, em sua raiz, significa "8 passos". Vou falar um pouquinho de cada um e de como esses aspectos, se incorporados ao nosso dia a dia, podem ser efetivos na transformação de uma vida estressante, arrastada e com muito pouca presença, para uma vida mais saudável, atenta, plena e consciente.
Primeiro passo:
Yama, que é comportamento da gente conosco mesmo, como:
- Ahimsa, que significa "não-violência";
- Asteya, que significa "não roubarás";
- Satya, cujo significado é "serás comprometido com a verdade".
- Brahmacharya, que significa contenção, ou "conterás seus maus hábitos ou vícios";
- Aparigraha, que é a não-possessividade.
Segundo passo:
Niyama, que também são comportamentos, dessa vez do indivíduo para com a sociedade:
- Saucha, que significa pureza, física e mental.
- Santosha, que significa contentamento, ou se satisfazer com o que a vida te der;
- Tapas, ou austeridade, ou "terás disciplina com amor";
- Svadhyaya, que é o estudo do "eu" através das escrituras sagradas;
- Isvara Pranidhana, que significa entrega a deus.
Terceiro passo:
Asanas; que é o aprimoramento de como você se posiciona na vida, praticando o auto-conhecimento com, por exemplo, os asanas do hatha yoga.
Quarto passo:
Pranayama, que é aprender o controle da vitalidade através de práticas de exercícios respiratórios.
Quinto passo:
Pratyahara, o aprender sobre o funcionamento da sua mente através da observação da mesma.
Sexto passo:
Dhyana, quando se aprende a ver com clareza o que a vida nos mostra. E não contaminado com nossos desejos.
Sétimo passo:
Dharana, o aprender da concentração. Manter sensações física,mental e emocional no mesmo ponto.
Oitavo passo:
Samadhi, que é quando se atinge a verdadeira meditação, que é a união com o todo.
Um grande equivoco é acreditar que a prática desses princípios é algo fácil ou difícil. Para incorporá-la, é necessário antes de mais nada respeitar o nível de compreensão que você tem sobre cada um deles e se comprometer em praticá-los no dia a dia. É claro que vamos esquecer muitas vezes, mas devemos sempre voltar à prática. Assim, vamos nos apropriando desses comportamentos. Namastê!