É isso: o gol de Henrique foi irregular, pois o zagueiro do Fluminense estava impedindo, e Ricci claramente recebeu informações de seres alheios ao jogo para por fim anulá-lo - o que contraria as leis do jogo.
Ponto.
A partir disso, qualquer pessoa que conheça minimamente o Direito reconhece, e não pode contestar, o direito do Fluminense de recorrer aos tribunais para pedir a anulação do jogo. Mesmo porque, a partir de instalação do processo, haverá todo um ritual que desaguará na decisão do tribunal, dando ou não razão ao reclamante - e o STJD simplesmente pode negar o pedido do Flu, pois provar interferência externa não é assim tão fácil.
Ou seja, do ponto de vista do Direito, ir ao tribunal é direito do Flu.
Ponto.
Agora, e do ponto de vista do bom senso? Será que é útil criar tanta celeuma, atrapalhar (para dizer o mínimo) o campeonato por causa de um gol claramente irregular?
Esse blogueiro acha que não.
Ao tomar tal atitude (legal, volte-se a ressaltar), a diretoria do Flu agiu de maneira convencional. Usou a surrada tática de dar uma satisfação à torcida e à instituição, enfim a toda comunidade tricolor. Isolou o bom senso para fora do campo, do estádio.
Peter Siemsen e seus pares perderam boa oportunidade de capitalizar o erro decorrente do erro a favor do Flu - um clube que convive com a pecha, injusta na maioria das vezes, de recorrer a artifícios diversos para evitar quedas de divisões.
Teria sido muito melhor para a imagem do Flu que Siemsen reclamasse, se posicionasse de forma firme, mas abrisse mão da possibilidade legal do pedido de anulação em nome do bom senso.
O futebol brasileiro, menos os dirigentes e os fanáticos claro, aplaudiria o gesto do Fluminense.
A sinalização de que, apesar os erros, inúmeros e muitas vezes até inexplicáveis, da arbitragem, futebol se ganha no campo.
Algo que o Fluminense não vem fazendo, pois o futebol que tem jogado é ridículo (para dizer o mínimo).
Ao fim do Brasileiro, jogue-se ou não o Fla-Flu, se o Fluminense não conquistar a vaga na Libertadores será por sua incompetência, única e exclusivamente.
O resto é conversa fiada.
Ponto.