A 11.ª edição do NBB (Novo Basquete Brasil) promete ser a mais imprevisível da história. A temporada, que começa neste sábado com quatro jogos, entre eles a reedição da última final entre Paulistano e Mogi das Cruzes, aponta ao menos seis postulantes ao título e vê caminho aberto para o surgimento de surpresas. Campeão com o Paulistano na edição 2016-2017, o técnico Gustavo de Conti defende o título, só que agora com outras cores. Valorizado pela surpreendente conquista, o treinador foi contratado pelo Flamengo, maior vencedor do NBB. Com um elenco recheado de bons jogadores, o time rubro-negro está entre os favoritos.
“A cada edição, o NBB fica mais equilibrado e imprevisível e isso deixa o campeonato mais empolgante para os torcedores e mais competitivo para quem está em quadra. Você precisa estar o tempo todo bem preparado, alerta, porque cada partida é um desafio diferente”, comentou o técnico Gustavinho. Com carta branca para montar o elenco e um orçamento de R$ 6 milhões, o treinador, que levou consigo Diego Jeleilate, responsável pelas contratações do grupo campeão na temporada passada, reforçou o Flamengo com Jhonatan, Deryk Ramos e Nesbitt, todos do Paulistano, além de manter Anderson Varejão, Marquinhos e Olivinha. “Esperamos ser uma equipe competitiva. Somos, sem dúvida, um dos favoritos. Mas existem vários times favoritos e outros que ainda podem surpreender durante a disputa”, diz. “Temos atletas experientes e talentosos, misturados com alguns jovens que já são vencedores. Esperamos conquistar o hexa para o Flamengo”, completou. O time do Rio estreia contra o Basquete Cearense, fora de casa. A rodada de abertura neste sábado tem ainda outros dois jogos entre postulantes ao título. Com transmissão da Band e ESPN, Paulistano e Mogi se enfrentam no Ginásio Antonio Prado Junior, em São Paulo, às 13h35. Mais tarde, às 18h, ainda na capital, tem Pinheiros x Bauru. “O NBB deste ano será de muito equilíbrio. Temos times bem montados e muito fortes nesta edição. A cada ano que passa, o campeonato eleva seu nível, estrutura e os times estão acompanhando isso. É muito bacana, movimenta o esporte e consolida ainda mais o basquete no Brasil. Podemos esperar uma edição bem competitiva”, afirmou Demétrius Ferracciú, técnico do Bauru.
Semifinalista na competição passada, o Bauru acertou o retorno de Larry Taylor, que se destacou no vice-campeão Mogi, e Jefferson, além de contratar Lucas Mariano, Fúlvio e Gustavo Basílio – todos estavam no Vasco. Pelo lado do Pinheiros, outro time na lista dos favoritos, o técnico Cesar Guidetti mexeu bastante no elenco. Chegaram Dawkins, Isaac, Renato Carbonari e Betinho. “Não conseguimos chegar à final do Paulista (caiu na semifinal para o Paulistano), mas vencemos os melhores times durante o campeonato, o que mostra que a nossa equipe chega forte ao NBB-11”, analisa Guidetti. “Estamos preparados para os grandes jogos e lutaremos pelas primeiras posições na fase de classificação. A partir dos playoffs, será outro torneio.” A lista de postulantes ao título tem ainda o Franca. Com aporte financeiro do Sesi e sob o comando do técnico Helinho, o time foi campeão paulista ao derrotar o Paulistano na decisão na última quarta-feira e entra forte no NBB. A equipe inicia sua caminhada contra o Corinthians, terça-feira, fora de casa. Rafael Hettsheimeir, que passou por cirurgia para correção de uma fratura no pé esquerdo, será desfalque importante neste começo de campeonato. “Tenho certeza de que este será o NBB mais equilibrado de todos. As equipes estão mais estruturadas, mais preparadas... Esperamos fazer um grande NBB”, afirmou Helinho, que encerrou o jejum de dez anos sem títulos do Franca. Com 14 equipes, a temporada regular vai até o dia 26 de março. Os 12 melhores vão para os playoffs, que serão disputados no formato 1-2-1-1, com os jogos 2, 3 e 5 sendo realizados na casa da equipe de melhor campanha na fase de classificação.
2 PERGUNTAS PARA...
Régis Marelli, técnico do Paulistano
1.O NBB-11 será o mais equilibrado da história? Flamengo e Franca são os times mais fortes, principalmente na questão do orçamento, mas será um campeonato muito equilibrado. É uma competição longa, depende de lesões, de como você vai andar durante o torneio. As equipes vão ter altos e baixos e quem conseguir se manter, leva um pouco de vantagem. Mas existem sete ou oito equipes em que tudo pode acontecer.2. O time já está recuperado da perda do Paulista para Franca? Acaba tendo um impacto. Não esperávamos perder por 2 a 0. Franca cresceu muito no playoff, mas faz parte. Estamos prontos, até porque o Paulista possibilita isso. Queremos fazer um grande jogo, contra um adversário que já existe uma rivalidade
Guerrinha, técnico do Mogi
1. É possível apontar um favorito ao título? Flamengo, Franca e Bauru estão em vantagem na questão de elenco. Mas Paulistano, Pinheiros, Mogi, Botafogo, o próprio Corinthians, que não fez um bom Paulista em termos de resultados, mas podemos colocar na lista, e, por fim, o Minas, que ganhou do San Lorenzo na pré-temporada na Argentina. E sempre tem alguma surpresa. São oito equipes com chances. Flamengo e Franca têm mais chances, mas tem de provar.2. Como vê o fato de o NBB agora ser transmitido em diversas plataformas? É mais uma boa novidade do basquete que deveria ser acompanhado por outros esportes. Você dá opção, atinge todos os tipos de público e leva o basquete para todos os setores.
Corinthians é atração na volta à elite
Campeão da Liga Ouro, divisão de acesso para o NBB, o Corinthians será uma das atrações da temporada 2018-2019. Com tradição na modalidade – são quatro títulos nacionais em 1965, 1966, 1969 e 1996 –, o time alvinegro volta à elite do basquete com um elenco experiente, formando por jogadores como Guilherme Giovanonni, Ricardo Fischer, Shilton e Fuller, mas que terá ainda de se encontrar após não ter um bom desempenho no Campeonato Paulista – ficou fora dos playoffs. “O Corinthians é uma equipe com história e tradição no basquete. Estamos trabalhando muito forte nestas últimas duas semanas para representar da melhor maneira possível esta camisa, brigar de igual para igual com qualquer adversário”, afirmou o técnico Bruno Savignani, que é também auxiliar do croata Aleksandar Petrovic na seleção brasileira. “Montamos um elenco mesclando juventude e experiência para sofrer um pouco menos fisicamente com a sequência dos jogos. Nosso time vai entrar com uma postura agressiva defensivamente sem abrir mão de jogar sempre pela vitória, independentemente do rival”, diz. A estreia será contra Franca, terça-feira, no ginásio Wlamir Marques, em São Paulo. Sem dinheiro para contratar mais peças após fracassar no Paulista, o time terá de se apoiar na força da torcida. “É um fator importante, são apaixonados. Pudemos ver isso no Paulista, quando estavam presentes em todos os ginásios”, disse Fischer.