Mogi Mirim foi sede de uma das melhores lutas de boxe entre brasileiros nos últimos anos, sábado à noite, durante a terceira edição do Evento Arte do Boxe. O duelo entre os meio-pesados Matheus Silva e Bruno Cesar encerrou com chave de ouro uma programação de sete combates muito bem disputados. O evento foi transmitido ao vivo e com exclusividade pelo BandSports.
Matheus venceu por decisão unânime dos jurados (98 a 92 duas vezes e 97 a 92) e ficou com o cinturão brasileiro do Conselho Nacional de Boxe e o internacional da Organização Universal de Boxe. Mas o desempenho de Bruno Cesar também merece destaque por sua valentia.
Invicto e com 20 anos de idade, Matheus demonstrou boa técnica e ótimo controle emocional durante o combate. Lutador da região, teve grande apoio do público, sempre tomou a iniciativa, mas não se entusiasmou com os gritos que vinham da arquibancada.
Por várias ocasiões, Matheus teve chance de vencer por nocaute. Chegou a castigar bastante Bruno, que sangrou muito pelo nariz. Dono de um jab forte e muito bem colocado, Bruno assimilou muito os golpes recebidos e foi perigoso no contra-ataque, quando chegou a acertar bons golpes que deixaram os dois olhos de Matheus inchados.
Ao final do duelo, a vitória de Matheus foi incontestável, mas a coragem de Bruno foi reconhecida. A luta, disputada em um ritmo muito elevado para meio-pesados, foi considerada a melhor da noite e os lutadores receberam um prêmio.
O nocaute do superleve Pedro Guilherme sobre Paulo Nícolas, a 1min34 do primeiro assalto, foi eleito o melhor da noite. O golpe na linha de cintura foi uma aula do pugilista de apenas 20 anos e também de Mogi Mirim.
Outra luta de alto nível foi disputada entre os superleves Paulo Tebar e Daniel "Sem Massagem". Em dez rounds de muita técnica e preparo físico, Tebar venceu por decisão majoritária: 2 a 1 (95 a 95, 97 a 94 e 96 a 94))
Tebar demonstrou habilidade para alternar sua tática diante de um Danielzinho extremamente determinado e muito forte. Os dois lutadores chegaram a ter a luta sob domínio, mas Tebar abriu vantagem nos roundes intermediários e soube administrar a vantagem. A vitória valeu o título brasileiro do Conselho Nacional de Boxe.