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Provas de rua de A a Z

Da corrida para o rugby

Três das Yaras começaram no atletismo

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Por Silvia Herrera
Atualização:

O esporte é mágico e reserva histórias intrigantes. Qual a chance de uma paulista, uma maranhense e uma pernambucana se conhecerem e jogarem no mesmo time de um esporte que nunca tinham ouvido falar? Pois é, para a nossa sorte o destino uniu Thalia Costa, Claudia Teles e Aline Furtado, que fazem parte do elenco das Yaras, nossa Seleção de Rugby Sevens.

Claudia Telles, Aline Furtado e Thalia Costa no NAR Foto: Estadão

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Thalia adorava correr na rua em São Luiz com a criançada. Por acaso, um dos vizinhos era treinador e logo veio o convite para ela participar da maratoninha. Ela foi e venceu, levou uma bicicleta para casa. "Costumo dizer que nasci para correr, o que faço desde os 5 anos", conta. Entrar para o atletismo foi um caminho natural, primeiro como saltadora e depois como velocista, vencendo os Jogos Escolares e o Campeonato Brasileiro; e participando do Sulamericano. Aos 18 anos resolveu abandonar as pistas e prestar vestibular. Escolheu a Fisioterapia. "Competia por amor, a única coisa que ganhei mesmo foi aquela bicicleta", conta. Thalia parou de correr em 2016, mas a saudade do esporte falou mais alto. Um ano depois, a convidaram para um treino com as Yaras.

"Não tinha a menor ideia de como era o rugby, descobri no treino. E me apaixonei pela modalidade já que poderia usar minha principal ferramenta, a velocidade", lembra Thalia, que conquistou uma vaga na Seleção após esse "teste" e se mudou para a capital paulista,  a base das Yaras. As atletas moram juntas na casa da Seleção.

SONHO OLÍMPICO

Aline conheceu a modalidade, que em 2022 vai completar 200 anos, na graduação de Educação Física da USP, e ficou apaixonada quando assistiu ao jogo na Rio 2016. "Eu já tinha tido uma passagem no atletismo e sempre tive o sonho de participar dos Jogos Olímpicos, e vendo os jogos no Rio me veio a vontade de ser atleta de novo e resolvi entrar de cabeça no rugby", conta Aline, que é paulistana da Rua Augusta.

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Na verdade, ela começou no esporte aos 13 anos no basquete, treinando no Centro Olímpico, e começou a se destacar na quadra por conta da sua velocidade. Foi aconselhada a  fazer uma peneira no atletismo. Passou e começou a se destacar. "Fui primeiro velocista e depois barreirista, fazia 100m com barreira. Fiquei até os 17 anos, e tive que parar quando entrei na faculdade, que era integral", explica.

EMOÇÃO

A mais experiente das três, Claudia Teles fez uma carreira no atletismo pernambucano, onde disputava o salto triplo, 400 metros com barreira e 400 metros livres, e chegou a ser campeã brasileira. Como muitos dos campeões brasileiros, ela foi descoberta em um projeto social. "Eu tinha 11 anos, entrei para o atletismo e não parei mais", lembra. E foi em um Campeonato Brasileiro Universitário que Claudia encontrou sua principal rival, Amanda Araújo que andava sumida das competições. "Ela disse que tinha conhecido outro esporte, que ia me mostrar seu eu fosse até o quarto dela", conta. Claudia foi até lá e quando chegou foi derrubada na cama pela rival. "Perguntei a ela, você deixou de correr em linha reta para apanhar em campo dos outros? E ela deu risada e me convidou para o treino", lembra.

Claudia foi conferir e adorou. Logo, ela e Amanda se destacaram no Recife e foram convocadas para as Yaras. "O treinador me disse: 'Você tem seis meses para mostrar resultados', tranquei a faculdade para vir para São Paulo, mas nunca mais voltei",  destaca.

Ela entrou para o elenco em 2015 e já foi medalhista de bronze no Pan de Toronto e competiu na Rio 2016. "Todo atleta sonha em chegar na olimpíada, é realmente o auge. O momento mais marcante para mim foi no túnel, antes de entrar em campo, escutando a torcida na arquibancada gritando Brasil!", recorda.

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Agora é se concentrar para Tóquio. Com o DNA da corrida, essas três Yaras podem fazer a diferença nos jogos. A lista das convocadas sairá em 20 de junho, enquanto isso elas continuam treinando no Núcleo de Alto Rendimento (NAR) na capital paulista e no centro da CBRu (Confederação Brasileira de Rugby) em São José dos Campos, interior de São Paulo.

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