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Provas de rua de A a Z

Tudo sobre a palmilha 3D para corredores

Confira entrevista com a fisioterapeuta Roberta Quinn, que é especialista no assunto

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Por Silvia Herrera
Atualização:

O corredor de rua sabe quando está perdendo performance; sabe quando alguma dorzinha insiste em aparecer nas piores horas.  Se este é seu caso, seus pés podem ser a cura,  principalmente se for dor lombar, plantar (nos pés), ou no quadril.

 Foto: Feet Performance

Quem já passou dos 50 anos ou usou, ou conhece alguém que foi obrigado a usar, palmilhas ortopédicas acompanhadas de botinhas, por conta de pé chato ou joelhos em X. A tecnologia e a fisioterapia evoluíram muito desde então. Hoje, o propósito e os benefícios são outros. Os pés são escaneados, as palmilhas são feitas com tecnologia 3D e há fisioterapeutas focados em medicina esportiva, alguns deles desenvolveram protocolos específicos para corredores, como é o caso de Roberta Quinn, com especializações na Alemanha, Cingapura e Estados Unidos. "A palmilha é um tratamento fisioterapêutico e  é indicada para quem tem dor ou lesões. Mas não é só arrumar uma pronação ou supinação excessiva, se trata de uma reabilitação completa postural, e quanto antes fizer, melhor. A palmilha estimula o processo", explica Roberta que para esse novo serviço abriu o perfil no Instagram  Feet Performance.

 Foto: Feet Performance

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Geralmente são os ortopedistas que encaminham os corredores com dores, por conta de lesões, para os fisioterapeutas, mas nem todos os fisios são palmilhistas, como é o caso de Roberta. "Às vezes, a dor, ou incômodo, sugere que há risco de lesão, se o corredor for logo ao médico ou ao físio, pode tratar antes da lesão ocorrer por completo. Às vezes, o corredor só gasta um lado do tênis mais que o outro, ou tem repetições de entorse, os corredores com mais anos de prática já até tem uma ideia do que precisa, sente que o corpo está desalinhado, correndo penso para um lado, curvado, torto", destaca Roberta.

Alinhamento, esse é o ponto. Hoje, os fisios têm à disposição ferramentas de alta tecnologia, que aliadas ao conhecimento, fazem toda a diferença. "O design da palmilha, que é 100% personalizada, é feita com o auxílio de um software, e com isso o resultado é super preciso, em 3D. São avaliadas a pisada, a biomecânica correndo e caminhando, mais avaliação postural, que é muito importante. E o palmilhista acrescenta à tecnologia, elementos podais individualizados para dar conforto ao corredor", conta a fisioterapeuta. "Às vezes, o corredor ou corredora prona apenas com um pé, às vezes já tem uma lesão, e como ainda não está sentindo dores, não se dá conta do problema. Pode correr com o joelho caindo em valgo (para dentro), e com o tempo isso pode acarretar lesões", observa a físio.

 Foto: Feet Permonance

E como todo tratamento, aliada à palmilha há um protocolo de exercícios, para melhorar a postura do corredor e a postura dos pés; além do fotalecimento das cadeias musculares. "E o uso da palmilha não é para sempre, o intuito é que com o tempo, o corredor vai 'desmamar' essa palmilha, não é para sempre", afirma. O intuito é que o arco plantar se fortaleça para dar propulsão ao corpo durante a corrida. Mas há uma exceção, quando o uso da palmilha é obrigatório e para sempre: casos de uma das pernas sem menor do que a outra.

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Como é na prática

Na prática, o corredor vai precisar de cerca de uma hora para essa avaliação. Primeiro é feita a consulta, depois o corredor vai para esteira correr e caminhar, em seguida tem a sola do pé escaneada parada e durante o caminhar. Os dados são inseridos no software e o corredor vai ver como utiliza seu pé para correr e andar, se todos os dedos tocam o chão, em cada uma das solas. O meu pé esquece parece o Mickey Mouse.

No meu caso, que fui atropelada e tive fratura exposta no úmero direito, com  auto implante ósseo do quadril, acabei tendo um desbalanceamento total, jogando todo o peso do corpo para o lado esquerdo, e por conta disso, rompi o ligamento cruzado anterior, o que acarretou um maior desequilíbrio e lesões nos meniscos de ambos os joelhos e pronação excessiva no pé direito. Em um mês usando a palmilha, e fazendo exercícios específicos para isso, primeiro minha performance caiu. Senti no dia a dia, que a palmilha tem um efeito neurológico, senti que o corpo está se organizando internamente. A principal diferença que senti foi no quadril. O uso da palmilha e os exercícios promovem uma reabilitação postural. completa. Clique aqui para ver o vídeo da avaliação.

 

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