Publicidade

Duas pratas, dois bronzes e nada do ouro

Título olímpico do futebol ainda não passa de sonho, mas durante décadas País não deu importância aos Jogos

PUBLICIDADE

Foto do author Almir Leite
Por Almir Leite
Atualização:

O Brasil tem apenas duas medalhas de prata e duas de bronze em 11 participações no torneio olímpico masculino de futebol. O ouro tão sonhado hoje ainda não veio por vários motivos: tempos do amadorismo, em que os países da Cortina de Ferro eram imbatíveis; preparação deficiente; derrotas inesperadas em finais e semifinais; e falta de sintonia entre CBF e Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em algumas ocasiões no momento de formar a seleção brasileira para os Jogos, estão entre eles.A primeira participação brasileira foi em Helsinque/1952, com uma equipe que tinha Vavá, Evaristo de Macedo e Zózimo, entre outros. O time começou bem, batendo Holanda (5 a 1) e Luxemburgo (2 a 1). Nas quartas de final, porém, vencia a Alemanha por 2 a 1 até o último minuto, tomou o empate, levou 2 a 0 na prorrogação e voltou para casa.Nas quatro participações seguintes, o Brasil não passou da primeira fase. Mesmo assim, levou aos Jogos garotos bons de bola como Gerson (Roma/1960) e Falcão (Munique/1972).Em 1996, em Toronto, a medalha quase veio. Mas uma derrota por 2 a 0 para a então campeã Polônia e outro tropeço, pelo mesmo placar, diante da União Soviética, relegaram o time do goleiro Carlos, do zagueiro Edinho e do lateral-esquerdo Júnior ao quarto lugar.Enfim, o pódio. O Brasil não foi a Moscou em 1980, mas quatro anos depois, em Los Angeles, com novo regulamento - passou a ser possível inscrever profissionais, desde que não tivessem participado de Copas -, obteve a primeira medalha. Uma prata muito festejada. "Entramos para a história do futebol brasileiro. E foi especial também porque ninguém acreditava na gente'', conta Gilmar Rinaldi, goleiro daquela seleção.Ele se refere ao fato de a equipe ter sido reunida em cima da hora. Na época, o Campeonato Brasileiro estava em fase decisiva e os clubes não queriam ceder jogadores. Então, o técnico Jair Picerni telefonou para o presidente do Internacional - que já estava fora do Brasileiro - e pediu a equipe "emprestada''.Assim, a seleção de 1984 foi a base do Inter, com jogadores como Gilmar, Dunga, Mauro Galvão e Milton Cruz, e alguns forasteiros, como o meia Gilmar (Flamengo) e o atacante Chicão (Ponte Preta)."Nos reunimos 15 dias antes. Fomos treinar no Espírito Santo e todos falavam que iríamos cair na primeira fase. Aquilo mexeu com a gente. Fizemos um pacto de trazer uma medalha'', disse Gilmar.Com muita raça, o Brasil chegou à final, mas perdeu da França por 2 a 0. "Eles mereceram mais o ouro do que nós, porque estavam se preparando havia quatro anos'', admite Gilmar.Quatro anos depois, em Seul, com nomes como Taffarel, Jorginho, Bebeto e Romário, derrota por 2 a 1 para a União Soviética na prorrogação e nova prata. Depois, vieram os bronzes. Em 1996, com vexame. A seleção foi eliminada na semifinal pela Nigéria, venceu a disputa do terceiro lugar com Portugal (5 a 0), mas Ronaldo, Rivaldo, Dida e cia. não apareceram na cerimônia de entrega de medalhas.Quatro anos atrás, em Pequim, outro terceiro lugar. A seleção treinada por Dunga, com Ronaldinho Gaúcho em campo, foi arrasada nas semifinais pela Argentina de Messi. Depois, bateu a Bélgica, mas o terceiro lugar teve gostinho de frustração.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.