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Arábia Saudita ganha assento no Conselho da Fifa e aumenta influência no futebol; entenda

Para especialistas em geopolítica, país é acusado de ‘sportswashing’, recurso usado por pessoas e países para melhorar sua imagem pública através do esporte

Por Estadão Conteúdo
Atualização:

Cada vez mais presente no mundo esportivo, a Arábia Saudita ampliou sua influência no futebol nesta quarta-feira. O país, conhecido pelo poder político e econômico gerados pelo petróleo, conquistou um assento no restrito Conselho da Fifa e foi confirmado como sede da edição de 2027 da Copa da Ásia.

Yasser Almisehal, presidente da Federação de Futebol da Arábia Saudita, foi eleito nesta quarta para ser um dos seis representantes da Confederação Asiática de Futebol no conselho mais importante da Fifa, que substituiu o famoso Comitê Executivo após as denúncias de corrupção de 2015. O mandato de Almisehal vai até 2027.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, chega para o congresso da Confederação Asiática de Futebol.  Foto: REUTERS/Hamad I Mohammed

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Sede da Copa do Mundo de 2022, o Catar também emplacou um representante no importante grupo. O xeque Hamad Al Thani, presidente da federação de futebol do país, será outro dos seis asiáticos no Conselho. Assim como Almisehal, Al Thani atuará na entidade pela primeira vez. O Catar será a sede da Copa da Ásia de 2024.

O Conselho da Fifa conta com 37 membros e é comandado pelo próprio presidente da entidade, Gianni Infantino, que conduziu a eleição para novos integrantes do grupo nesta quarta, no Bahrein. O pleito confirmou que a Arábia Saudita e o Catar se tornaram o coração da política do futebol no continente asiático.

Os demais representantes da Ásia eleitos nesta quarta foram o japonês Kohzo Tashima, o filipino Mariano Araneta e o malaio Hamidin Bin Mohd Amin, que estreará no cargo. A outra vaga ficou com o xeque Salman bin Ebrahim Al Khalif, do Bahrein. Presidente da Confederação Asiática, ele é o atual número dois da Fifa, abaixo apenas de Infantino.

Cada integrante do Conselho da entidade recebe US$ 250 mil, cerca de R$ 1,2 milhão por ano, para participar de quatro reuniões anuais, além de eventos pontuais.

Arábia Saudita e o sportswashing

O assento de um saudita no Conselho da Fifa confirma a ascensão do país árabe no mundo do futebol. Nos últimos anos, a nação tem procurado sediar grandes eventos esportivos, como a Fórmula 1 e a Fórmula E, e tem voltado sua atenção para o futebol, a modalidade mais popular do mundo.

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O país já recebeu a disputa da Supercopa da Espanha, que geralmente conta com Real Madrid e Barcelona em campo, já indicou interesse em sediar a Copa do Mundo (de 2030 ou 2034) e teria até tentado receber a disputa da Supercopa do Brasil, neste ano.

Cristiano Ronaldo e Lionel Messi na partida amistosa entre o combinado Al Hilal e Al Nassr contra o Paris Saint-Germain, em Riad, na Arábia Saudita. Foto: AP / AP

Uma das últimas cartadas foi a contratação de Cristiano Ronaldo para atuar na liga nacional, pelo Al-Nassr, um dos principais clubes do país. Em janeiro, o público saudita pôde ver em campo o próprio CR7 num amistoso com o Paris Saint-Germain, de Lionel Messi, naquele que deve ter sido o último confronto direto entre os dois gigantes.

Para especialistas em geopolítica, as decisões da Arábia Saudita voltada aos esportes se enquadram na ideia chamada de “sportswashing”, recurso usado por pessoas e países para melhorar sua imagem pública. No caso do país árabe, o objetivo seria amenizar as notícias relacionadas à ditadura que governa a nação saudita.

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