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Bicampeonato da Copinha coroa trabalho de reestruturação da base do Palmeiras

Remodelação das categorias inferiores teve início em 2013, ainda na gestão de Paulo Nobre

Foto do author Ricardo Magatti
Por Ricardo Magatti
Atualização:

O bicampeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior, conquistado nesta quarta-feira com vitória sobre o América Mineiro no Estádio do Canindé, coroa um trabalho de reestruturação da base palmeirense que começou em 2013 e, desde então, vem rendendo frutos ao clube paulista.

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Se até o ano passado os rivais faziam galhofas com a equipe por não ter ganhado a maior competição de base do País, hoje o Palmeiras ostenta dois títulos consecutivos e se tornou uma potência nas categorias inferiores, com títulos e revelações de jovens utilizados no profissional. Desde o sub-11, virou rotina para o clube empilhar taças e revelar talentos.

A reorganização da base teve início há nove anos, na gestão de Paulo Nobre, com o antigo coordenador, Erasmo Damiani. Mas o principal responsável pelo sucesso das “crias da Academias” é João Paulo Sampaio, atual coordenador da base que começou em 2015 esse trabalho de garimpar e desenvolver jovens talentos no Palmeiras. “O título nas categorias de base é consequência do bom trabalho, mas não podemos abrir mão da formação. O que marca são as revelações”, disse Sampaio.

Os atletas Sub-20 da SE Palmeiras, durante treinamento na Academia de Futebol, em São Paulo. Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

Há oito anos, o Palmeiras passou a empilhar títulos nas categorias inferiores e promover um número relevante de jovens jogadores ao elenco profissional. A lista é grande. Tem Gabriel Jesus, Gabriel Veron, Danilo, Patrick de Paula, Gabriel Menino, Renan, Wesley, Danilo, este vendido ao futebol inglês por R$ 110 milhões, e Endrick, tido como a maior revelação do clube. O atacante também já está vendido. Quando completar 18 anos, vai partir para o Real Madrid, que pagou R$ 400 milhões para tê-lo.

O técnico Paulo Victor Gomes explicou como a base palmeirense evoluiu nos últimos anos. “O clube como um todo vive um momento muito especial. Falando especificamente sobre a base, destacaria duas palavras que representam essa fase: continuidade e mentalidade”, afirmou.

“A continuidade dos processos desde 2015, quando o João Paulo Sampaio chega, e a mentalidade muito forte no processo de formação dos jogadores. Vencer o título é sempre importante e gratificante, a conquista consolida um processo”, adicionou o técnico, bicampeão da competição.

No elenco da Copinha, o meio-campista Pedro Lima e o atacante Kevin devem figurar entre os profissionais em breve. Kevin, aliás, foi procurado por times da Europa. O Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, pretendia fazer uma proposta para levar o camisa 11, mas a diretoria alviverde avisou que não tinha interesse em vender sua joia agora. O entendimento é de que ele pode dar um retorno esportivo antes de gerar um retorno financeiro ao clube. Outro destaque é Ruan Ribeiro, goleador da Copinha, com nove gols.

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Ele marcou cinco gols e deu cinco assistências na competição. Na verdade, Abel Ferreira queria que os dois já estivessem no profissional. “Poderíamos ter trazido Kevin, Pedro Lima, mas o coordenador da base e a comissão decidiram deixar na base para fortalecer o time na Copinha. Kevin e Pedro poderiam ter feito a pré-temporada conosco”.

A base do Palmeiras faturou oito taças em competições de FPF, CBF e Conmebol em 2022, batendo seu recorde no período de um ano. No ano passado, o time ganhou, além da Copinha, a Libertadores Sub-14, a Copa do Brasil sub-17, o Campeonato Brasileiro sub-20 e sub-17 e o Campeonato Paulista sub-13, sub-15 e sub-17. Considerando todos os torneios, foram 24 troféus conquistados em 2022.

Em 2021, o Palmeiras usou 24 “crias da Academia” no time principal, marca recorde que superou os 22 jogadores utilizados em 2002.

São três os motivos que levaram o Palmeiras a passar a utilizar tantos jovens formados na base: a valorização que o clube passou a dar aos garotos a partir do momento que mudou sua política de contratações, o talento desses meninos e a necessidade de integrá-los a um elenco enxuto - por desejo de Abel Ferreira - que enfrenta anualmente uma maratona de partidas.

Nesta temporada, sete jogadores da base foram promovidos ao grupo profissional, todos campeões da Copinha no ano passado: Naves, Garcia, Vanderlan, Fabinho, Jhon Jhon, Giovani e Endrick. Eles são tratados como reforços do time internamente.

“Os moleques são o futuro do clube”, dissera Abel no ano passado. “Vamos valorizar o que está sendo feito, vamos valorizar a Academia”.

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