A Bolívia prepara uma ação internacional contra os dirigentes da Fifa pelas restrições que a entidade impôs a jogos em grandes altitudes, anunciou na terça-feira o presidente boliviano, Evo Morales. A ação será apresentada se a Fifa, em especial seu presidente, Joseph Blatter, não reconsiderar o chamado "veto" à altitude, disse Morales em entrevista coletiva, sem precisar quando nem a qual instância internacional apelará. O presidente indígena, que comandou no ano passado uma campanha diplomática mundial em defesa da "universalidade do futebol", anunciou sua nova iniciativa um dia depois de o argentino Diego Maradona mostrar apoio à posição boliviana. "Já temos uma equipe jurídica trabalhando. Se não houver uma revisão, vamos apresentar a organismos internacionais um pedido formal ao pessoal da Fifa por esta discriminação", declarou Morales. "Os povos no terceiro milênio não podem seguir discriminados, marginalizados, excluídos. (A ação) é uma obrigação para o povo que vive nas alturas." Quatro cidades bolivianas estão afetadas pela decisão da Fifa, que atinge também estádios da Colômbia, Equador, México e Peru. A Fifa determinou que não podem ser disputadas partidas internacionais em estádios situados a mais de 2.750 metros acima do nível do mar, a menos que os visitantes tenham uma adaptação à altitude de ao menos uma semana. Para locais com mais de 3.000 metros, como La Paz, são necessárias duas semanas de adaptação. (Reportagem de Carlos Alberto Quiroga)