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Continuidade faz Osasco Audax chegar longe no Estadual

Manutenção de projeto traçado em 2014 conduz boa campanha

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Por Ciro Campos
Atualização:

Em 2014 o recém-promovido Audax levou de 4 a 0 do São Paulo no Morumbi pelo Campeonato Paulista. No ano seguinte, o placar se repetiu, até tudo se inverter no último domingo. Em Osasco, a equipe da casa aplicou sobre o algoz a goleada por 4 a 1 e chegou à semifinal do Estadual. O que mudou nesse tempo? Quase nada. Presidente, técnico e parte do elenco são os mesmos do primeiro jogo.

Da estreia na elite até agora, o momento de ápice do clube, permanecem o presidente, Vampeta, o técnico, Fernando Diniz. E pelo menos um terço dos jogadores já disputa o Estadual pelo time pela segunda vez e sabe de cor a cartilha de jogo da equipe.

Osasco Audax aposta no projeto de longo prazo e colhe resultados em 2016 Foto: JF Diorio|Estadão

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Os dois personagens mais conhecidos nesta campanha histórica jogaram juntos no Corinthians e fogem do estilo padrão de suas funções. O treinador gosta de ajeitar o time na base da conversa e da psicologia. E o presidente, não se reconhece como tal.

"Sou amigo do dono, não sou dirigente de futebol. O que mudou dos meus tempos de jogador é que assino documentos, contratos e tal. Sou um presidente remunerado, é diferente", explicou Vampeta.

A forma de comando do clube foge dos padrões tradicionais. A mesma gestão cuida também de outras duas equipes de Osasco e mais uma do Rio, resultado da compra em 2013 do antigo Audax, que havia conquistado o acesso à elite meses antes.

A aquisição custou aproximadamente R$ 30 milhões. O atual mantenedor é o empresário Mário Teixeira, que escolheu o ex-jogador Vampeta para presidir o clube. Ídolo do Corinthians encerrou a carreira no Grêmio Osasco, um dos quatro times geridos pelo grupo. 

Mesmo como dirigente, Vampeta conserva características dos tempos de jogador. Ainda é irreverente nas entrevistas e provocou o São Paulo antes das quartas de final. Ele gosta de conversar com o elenco no vestiário, mas adota um estilo mais simples no cotidiano.

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LIBERDADE

O agora presidente de clube, evita formalidades como roupas sociais e de repetir no papel atual atitudes que não gostava quando era jogador. Vampeta prefere dar liberdade ao elenco e não se intrometer nos trabalhos diários.

Nem mesmo nos jogos o ex-jogador tem presença garantida. Contratado por uma emissora de rádio, Vampeta vai raramente aos treinos e partidas, porque geralmente no mesmo horário está no trabalho como comentarista em outro local. Mas depois, vê os vídeos de cada um dos jogos. 

Para manter o estilo sem chutões, com muita movimentação e intensa troca de passes, o Osasco Audax não investe tanto. A folha salarial do time é de R$ 350 mil, uma das menores do Estadual. O maior salário chega a R$ 20 mil, teto atingido com base em metas individuais de produtividade.

"Era um ano difícil, porque seis times cairiam no Estadual. O nosso sonho era primeiro permanecer na elite, para depois conquistar vaga na Série D", contou o diretor de futebol do clube, Nei Ferreira. Os dois objetivos estão cumpridos.

O elenco ganhou folga nesta segunda-feira e, a partir desta terça, passa a semana em Sorocaba. O local foi escolhido por ter trazido sorte em em ocasiões anteriores. "Estava confiante. Já reservei o hotel mesmo antes das quartas de final", disse o diretor.

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