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‘Assistência de gandula’ e reposição rápida de bola: o que há por trás do gol de Roger Guedes

Camisa 10 anotou o segundo do Corinthians na partida contra o Atlético-MG após cobrança de lateral de Matheus Bidu

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Por Redação
Atualização:

A vitória e classificação do Corinthians diante do Atlético-MG pela Copa do Brasil nesta quarta-feira teve diversos heróis: Bidu e Renato Augusto, que participaram do gol que abriu o placar na Neo Química Arena; Róger Guedes, autor do segundo, seu 29º na casa corintiana, que levou a disputa aos pênaltis; e Cássio, que defendeu a cobrança de Hulk. Mas um dos principais foi alguém que não estava em campo: o gandula, que ajudou o time a marcar o segundo gol no jogo.

Subestimado, o gandula tem seu papel no jogo relevado após o resultado final. Com personalidades desconhecidas, têm uma função essencial: auxiliar as equipes na reposição da bola ao campo de jogo – e também são usados para retardar a partida para os visitantes. Designados pela equipe mandante na Copa do Brasil e Brasileirão, raramente chegam aos holofotes, excente em momentos como o desta quarta-feira.

Aos 19 minutos do segundo tempo, o Corinthians precisava de mais um gol para não ser eliminado pelo Atlético-MG em casa. Há pouco tempo a equipe, no mesmo lance, havia acertado duas vezes a trave defendida pelo goleiro Everson. Após a saída pela lateral, o gandula da Arena foi ágil para devolver a bola para Matheus Bidu, que encontrou Róger Guedes livre, entre as duas linhas de marcação do Atlético-MG, ainda paralisada pela reposição rápida do lance.

Róger Guedes anotou o segundo gol da vitória corintiana sobre o Atlético-MG. Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

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O camisa 10 recebe o crédito pelo gol, merecidamente, após driblar dois zagueiros e o goleiro Everson antes de empurrar a bola para as redes do Atlético. “Estou muito feliz com a classificação, Deus está me abençoando. Vou em busca de mais. Temos o Brasileiro pela frente e vamos tentar ganhar do Del Valle (na Libertadores) também”, afirmou, em entrevista logo após a vitória.

Do momento que a bola sai de campo pelo lateral, até chegar ao pé de Róger Guedes, pela ponta esquerda, passaram-se apenas três segundos. Tempo fundamental para que o camisa 10 estivesse livre, entre as linhas de defesa rivais.

Por outro lado, esse “benefício” do gandula para a equipe mandante já foi alvo de atenção para a comissão de arbitragem da CBF. Em geral, recomenda-se que a bola não seja entregue nas mãos do cobrador, mas sim rolada ou deixada ao chão. Durante a pandemia, com a ausência do profissional e de pessoas no campo que não fossem membro da equipe, pequenos cones eram distribuídos ao redor do gramado, para que não houvesse o contato do gandula com o jogador.

Em 2012, um lance semelhante no Campeonato Carioca já havia gerado polêmica. Fernanda Maia, à época com 23 anos, devolveu rapidamente uma bola que havia saído pela lateral ao Botafogo na decisão da Taça Rio contra o Vaso. Ela parou nas mãos Maicosuel, que cobrou rapidamente para Márcio Azevedo, que fez o cruzamento para o gol de Loco Abreu.

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“Sou gandula há três anos e pode ser Botafogo, Vasco , Flamengo ou Fluminense... Eu sou sempre ligeirinha. O mérito é daquele cara ali. Foi o Maicosuel que cobrou rápido. Podem pegar os VTs dos jogos, eu sempre faço isso. Aliás, seguimos à risca a orientação da Federação, que nos pede para atuar do mesmo jeito para as duas equipes”, explicou Fernanda à época. Hoje, mais de 10 anos depois, ela se tornou apresentadora e locutora oficial dos jogos do Botafogo no estádio Nilton Santos.

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