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Desentendimento no enterro de Vavá

o ex-meia palmeirense e da seleção, Jair Rosa Pinto, disse que Vavá merecia um enterro com muito mais homenagens do que as prestadas hoje.

Por Agencia Estado
Atualização:

O corpo do ex-atacante Edwaldo Izídio Neto, o Vavá, 67 anos, foi enterrado hoje no Cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi, na zona norte do Rio. O ex-jogador morreu vítima de problemas cardíacos, na Clínica São Victor, na Tijuca, na zona norte do Rio. Além da tristeza, a cerimônia foi marcada pelo desentendimento entre o ex-meia palmeirense e da seleção brasileira, Jair Rosa Pinto, o Jajá Barra Mansa, e o diretor do Departamento de Registros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Luiz Gustavo Vieira de Castro, que foi ao local representando a entidade. "É sempre assim, quando morre alguém aparece todo mundo. Aí vem, colocam uma bandeira em cima do caixão (havia uma do Vasco) e pronto. Fica tudo bonito. No Brasil, só se lembram de estrangeiros", protestou Jajá, que somente atuou com o "peito-de-aço" da seleção brasileira em times de veteranos. "O Vavá queria se aposentar e não conseguia. Ainda bem que ele tinha uma boa situação financeira e não precisava de ninguém." Segundo Jajá, Vavá merecia um enterro com muito mais homenagens do que as que foram prestadas. O ex-jogador frisou que a CBF deveria fazer um enterro digno de um bicampeão do mundo, como foi o ex-jogador, que também atuou pelo Vasco, Palmeiras, Portuguesa, Sport, América do México e Atlético de Madrid. Ao saber das declarações de Jajá, o representante da CBF apressou-se a dar explicações. Vieira usou, como justificativa, a falta de tempo para a ausência de homenagens. Afirmou que estava lá porque o presidente da entidade Ricardo Teixeira ligou do exterior pedindo que acompanhasse a cerimônia. "Já mandamos uma coroa de flores e vamos pagar todas as despesas. Agora, não é função da CBF ajudar a todos os ex-atletas", considerou o diretor do Departamento de Registro. Poucos desportistas estiveram no enterro de Vavá, o "Leão da Copa", dentre eles, o ex-zagueiro do Vasco e Palmeiras, Haroldo. Ele lembrou que, já na sua estréia como profissional, Vavá foi campeão, na vitória por 2 a 1, sobre o Bangu, pelo Campeonato Carioca de 1952, atuando pela equipe vascaína. O ex-preparador físico das vitoriosas seleções brasileiras, de 1958 e 1962, Paulo Amaral, exaltou a alegria de Vavá, mesmo quando ainda estava no banco de reservas do time. De acordo com o ex-preparador físico, que chegou a ser técnico do Vasco e Botafogo, Vavá tinha a humildade e o bom caráter como suas principais características. Durante a cerimônia, a mulher do jogador, Miriam, muito emocionada, recordou que o ex-jogador vinha sofrendo muito nos últimos dias. Desde que foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (A.V.C.), no final de 2000, o ex- atacante precisou ser internado seis vezes. "Na terça-feira, ele pediu para ser internado. Já não conseguia dormir e estava com o problemas de coração", lamentou Miriam. "Aí veio a parada respiratória e ainda teve uma embolia pulmonar, porque estava retendo muito líquido."

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