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Dilma indica veto de refinanciamento das dívidas dos clubes

Governo quer regras de contrapartida claras em caso de renegociação dos times de futebol do País com a União

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Por Tania Monteiro
Atualização:

A presidente Dilma Rousseff sinalizou nesta segunda-feira que vetará o artigo 141 da Medida Provisória 656, que introduziu no texto a possibilidade de refinanciamento das dívidas dos clubes com a União, que é da ordem de R$ 4 bilhões, sem qualquer contrapartida que os obrigasse, pelo menos, a pagar multas em caso de atraso dos salários dos jogadores. Dilma ouviu inúmeras críticas ao texto aprovado pelo Congresso e pedidos inclusive do Bom Senso Futebol Clube para que impedisse o que chamavam de "aberração". O texto com o possível veto será publicado no Diário Oficial desta terça-feira. Ela recebeu o Bom Senso Futebol Clube por duas vezes, em maio e em julho do ano passado. Depois do fracasso da seleção brasileira na Copa do Mundo, Dilma se comprometeu e encampou a defesa da necessidade de renovação do futebol, pregando, inclusive, estabelecimento de regras que evitem a migração precoce de jogadores para equipes estrangeiras. Ainda em julho, quatro dias depois de se reunir com o Bom Senso, Dilma se encontrou com os dirigentes dos clubes que saíram do Planalto dizendo que a presidente entendia a necessidade e a pressa de aprovar Lei de Responsabilidade Fiscal do esporte. Mas o governo entendia que era necessário que se estabelecessem regras de contrapartida claras em caso de renegociação. Em tempos de ajuste fiscal, no entanto, esta ideia de renegociação de dívidas foi rejeitada pela equipe econômica e na noite desta segunda-feira estava sendo dada como certo no Planalto o veto dela aos benefícios aos clubes. No fim de semana, mais manifestações foram publicadas na imprensa pedindo que a presidente vetasse o artigo da MP transformada em lei que, originalmente era para reduzir as alíquotas de contribuição de PIS/PASEP e da COFINS.

Dilma recebeu por duas vezes o Bom Senso Futebol Clube antes da decisão Foto: André Dusek/Estadão

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