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Europa 'imita' times brasileiros e acumula 30 treinadores demitidos na temporada

Número abrange as principais ligas europeias, entre elas a Espanha, que viu a queda de Valverde no Barcelona

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Foto do author Gonçalo Junior

No fim de semana, o Barcelona promoveu a estreia do seu novo treinador, Quique Setién, na vitória sobre o Granada. Ele substitui Ernesto Valverde, demitido depois da queda na Supercopa da Espanha. O enredo da troca de técnicos, conhecido no futebol brasileiro, repete-se também na Europa. Por lá, uma sequência de maus resultados ou uma desclassificação agora significam o bilhete azul. Já foram 30 demissões na temporada, somando-se apenas as principais ligas (Itália, Espanha, França, Alemanha e Inglaterra).

Ernesto Valverde foi demitido do Barcelona após queda na Supercopa da Espanha Foto: Alejandro Garcia / EFE

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A saída de Valverde é o episódio mais recente entre os grandes europeus. Além do Barcelona, Bayern de Munique e Milan já mudaram de técnico neste início de ano. Entre os times médios, a lista inclui Arsenal, Valencia, Napoli, Everton, Lyon, Monaco e Tottenham. A Itália já soma nove demissões, seguida da Espanha e Inglaterra (seis), França (cinco) e Alemanha (quatro). Essa tendência já foi notada em 2018, quando 23 técnicos tinham sido demitidos na Europa no mesmo período.

No caso do Barcelona, o treinador nunca foi unanimidade em quase três anos à frente do gigante espanhol. Mas foi a primeira vez que o clube catalão trocou o comando no meio da temporada desde 2002/2003, quando o holandês Louis Van Gaal foi sacado do cargo. A decisão de demitir Valverde veio após a derrota para o Atlético de Madrid na semifinal da Supercopa da Espanha. Por outro lado, o Barcelona é o líder do Campeonato Espanhol ao lado Real Madrid, com 43 pontos e encara o Napoli pelas oitavas de final da Liga dos Campeões.

A exemplo do que acontece no Brasil, as quedas de desempenho ou eliminações precoces têm justificado as trocas de treinador. No ano passado, foram 22 demissões de treinadores apenas na Série A do Campeonato Brasileiro. A pressão da torcida, agora multiplicada pelo alcance das redes sociais, e as críticas da mídia especializada são fatores que alcançaram peso dois na balança da diretoria na hora de planejar o futuro.

Sylvinho mais perdeu que ganhou em sua passagem pelo Lyon Foto: Valery Hache/AFP

"É possível perceber que os clubes estão um pouco imediatistas. A concorrência é tão grande e a pressão por vitórias tão poderosa que os clubes acreditam que não podem esperar um treinador reverter um momento ruim", diz o jornalista espanhol Jose Hurtado, do Marca, da Espanha.

Outros episódios ilustram esse diagnóstico. Mauricio Pochettino foi mandado embora do Tottenham apenas seis meses depois de ele ter levado o clube à final da Liga dos Campões. O Tottenham ocupava a 14ª colocação no Campeonato Inglês, com apenas 14 pontos em 12 jogos. Apesar do momento ruim, o argentino viveu cinco anos de boa fase em Londres.

"Estávamos extremamente relutantes em fazer essa mudança. Não é uma decisão leviana ou apressada do Conselho do clube. Lamentavelmente, os resultados no final da última temporada e início desta são extremamente decepcionantes", comunicou a direção da equipe no final do ano passado.

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O jornalista português David Carvalho, da Rádio e Televisão de Portugal (RTP), acompanhou a chegada de José Mourinho ao Tottenham como substituto de Pochettino.

“Pochettino deixou um excelente trabalho no Tottenham. Mas creio que Daniel Levy conduziu o processo nesta lógica: muito bem, a era Pochettino fez-nos crescer, mas terminou. Queremos algo mais. Precisamos completar o investimento no novo estádio por exemplo, além do centro de treinos com títulos e alguma hegemonia. Sobretudo estar na linha da frente para ser campeão inglês. E, claro, ter capacidade para ombrear com os melhores na Liga dos Campeões para vencer a competição de fato. Mourinho tem esse desafio. Este é um exemplo da mentalidade de alguns clubes”, detalha o jornalista.

O Bayern demitiu de Niko Kovac quando era quarto colocado na Bundesliga. O técnico croata foi demitido um dia depois da goleada sofrida para o Eintracht Frankfurt, por 5 a 1, a pior do clube em uma década no Campeonato Alemão. "O desempenho de nossa equipe nas últimas semanas e os resultados nos mostraram que havia necessidade de ação", justificou o CEO Karl-Heinz Rummenigge ao término do ano passada.

Técnicos brasileiros também estão na lista de demitidos. Sylvinho começou a temporada no Lyon e não teve sucesso na equipe francesa: disputou apenas 11 jogos e perdeu mais do que ganhou (4 derrotas, 4 empates e 3 vitórias), fazendo a pior campanha do clube em 24 anos. Foi demitido no início de outubro.

Demissões na Itália

Eusebio Di Francesco (Sampdoria)

Thiago Motta (Gênova)

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Giampaolo (Milão)

Andreazzoli (Gênova)

Igor Tudor (Udinese)

Eugenio Corini (Brescia)

Fabio Grosso (Brescia)

Carlo Ancelotti (Nápoles)

Vicenzo Montella (Fiorentina)

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Demissões na Inglaterra

Mauricio Pochettino (Tottenham)

Unai Emery (Arsenal)

Quique Sánchez Flores (Watford)

Marco Silva (Everton)

Javi Garcia (Watford)

Manuel Pellegrini (West Ham)

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Demissões na Espanha

Marcelino (Valência)

David Gallego (Espanyol)

Pablo Machín Espanyol)

Mauricio Pellegrino (Leganés)

Fran Escribá (Celta)

Ernesto Valverde (Barcelona)

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Demissões na França

Ghislain Printant (Saint-Ettiene)

Sylvinho (Olympique de Lyon)

Alain Casanova (Toulouse)

Leonardo Jardim (Monaco)

Antoine Kombouaré (Toulouse)

Demissões na Alemanha

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Niko Kovac (Bayern de Munique)

Achim Beierlorzer (Colônia)

Sandro Schwarz (Mainz 05)

Ante Covic (Hoffenheim)

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