Não era o fim de ano que o Botafogo esperava. Após iniciar a temporada surpreendendo na Copa Libertadores e disputando vários torneios ao mesmo tempo, o time carioca apenas empatou com o Cruzeiro na rodada final do Brasileirão e acabou ficando de fora da zona de classificação para a Copa Libertadores.
Ao fim do empate por 2 a 2 com o Cruzeiro, no Engenhão, o técnico Jair Ventura evitou apontar desculpas para a queda de rendimento do time na reta final do campeonato. "Começamos o ano muito cedo. Tudo que eu falar vai ser usado não como desculpa, mas como argumento. Novembro foi nosso pior mês em performance, não rendemos o mesmo dos outros 10 meses. Se o Botafogo conseguisse [repetir o rendimento], ia obter a vaga", afirmou.
Para Ventura, o desgaste físico apresentou seu preço nas últimas duas semanas. Assim, o time que vinha ocupando a zona de classificação durante quase todo o segundo turno do Brasileirão acabou caindo posições e deixando esta região da tabela ao fim de uma série de cinco jogos sem vitória.
"Fomos até as quartas da Libertadores, semifinal de Copa do Brasil, bastantes perdas [no elenco]. No ano passado nos classificamos. Nossa briga é com a gente. Pagamos o preço de jogar 120%, nossa eliminação não veio hoje, foi em outras derrotas em casa. Acabou de forma traumática, mas não vai apagar os outros 10 meses. Não tem culpado. Diretoria fez todo esforço para repor, mas financeiramente o clube não tem. Não foi o suficiente para atingir objetivos", comentou Jair Ventura.
Na sua avaliação, o que também pesou para o fracasso botafoguense neste fim de ano foi a falta de gols. "Faltou ter conseguido fazer os gols. Equipe não deixou de lutar, mas não fez os gols. Ano que vem que possamos ser mais equilibrados durante os 12 meses, não apenas 10", disse o treinador, que poderia ter assegurado a classificação no domingo se tivesse vencido o Cruzeiro.
Para 2018, Jair não esconde a preocupação com o elenco. Sem disputar a Libertadores, o clube carioca terá ainda menos recursos do que teve neste ano para contratações e investimentos.
"Quanto menos jogadores, mais difícil fazer o trabalho. Se ano que vem tiver menos opções, a probabilidade é de ser pior. Clube tem que estar sempre em evolução, saber onde errou, para ter um ano melhor. Tentar conseguir no mínimo manter a base para ser competitivo, mesmo sem Libertadores", pregou.
O técnico garantiu que dará atenção especial ao Campeonato Carioca, apesar do desgaste ocorrido neste ano. "Não vamos desprezar nossa competição, todas são importantes. Demos prioridade à Libertadores porque tinha a fase de "pré", agora vamos dar foco maior."
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