Com um gol do garoto Brenner e na despedida de Lugano, o São Paulo empatou com o Bahia por 1 a 1, no Morumbi lotado, e terminou o Campeonato Brasileiro na 13ª posição, fora da zona de classificação para a Copa Libertadores, mas com vaga garantida na Copa Sul-Americana do próximo ano.
Desde antes de a bola rolar, todos os olhares estavam em Lugano. O jogador foi escolhido como capitão do time e fazia sua primeira partida desde que Dorival Júnior assumiu o time. A emoção em seu semblante era nítida - ele estava com seus três filhos no Morumbi e os dois mais novos entraram com ele em campo.
Mesmo diante da emoção de ver um estádio cheio para marcar sua despedida do clube como jogador, Lugano manteve a concentração e jogou com seriedade. Reclamou muito ao sofrer um pênalti claro quando foi ao ataque cabecear, logo aos 13 minutos. O juiz Elmo Resende Cunha, muito próximo do lance, fingiu que não viu.
Em campo, ele liderava seus companheiros e ajustava o posicionamento dos jogadores sempre que possível. Quando ia ao ataque, nas jogadas de falta e escanteio, levava perigo e exigia uma marcação redobrada dos jogadores do Bahia. O São Paulo até tinha mais volume de jogo, mas não conseguia transformar isso em perigo no ataque.
Já o time visitante apostava nos contra-ataques e em um deles quase abriu o placar. Aos 31 minutos, Allione recebeu pela esquerda, deu um belo drible em Rodrigo Caio e mandou cruzado, no canto. Sidão fechou o ângulo e a bola passou bem perto, levando perigo ao gol do São Paulo.
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No segundo tempo, as duas equipes imprimiram um ritmo mais forte. O São Paulo quase abriu o placar aos 9, quando Shaylon recebeu na entrada da área e mandou no travessão. A resposta do Bahia foi quase imediata, com Allione, que recebeu na esquerda e chutou cruzado. A bola passou com perigo, para fora.
O São Paulo apertava a marcação e, para evitar perder a bola, Renê Junior recuou para o goleiro Jean, que segurou com as mãos. O juiz marcou falta dentro da área. Depois de muita conversa e com o rival inteiro dentro da área, Petros cobrou, rolando para Brenner, que mandou no canto, abrindo o placar.
O garoto de 17 anos correu em direção ao escudo do São Paulo, depois da pista de atletismo no Morumbi, e foi seguido por seus companheiros. Foi o primeiro gol do menino revelado em Cotia no profissional. Como imagem emblemática, ele foi erguido pelo capitão Lugano. Depois, como já tinha amarelo, foi substituído e ovacionado pela torcida.
A partir daí, Dorival tirou Brenner, Cueva e Marcos Guilherme, colocando Thomaz e duas jovens promessas, Bissoli e Gabriel. O Bahia também já se mostrava cansado, sem muito poder de reação. Mas numa jogada de bola parada, Éder apareceu sem marcação e empatou o duelo, deixando o Morumbi em silêncio.
O time da casa até tentou buscar o resultado novamente, mas já era tarde. O empate deixou um gosto amargo ao torcedor que lotou o Morumbi, mas após o apito final a torcida se levantou e começou a gritar o nome de "Lugano", numa aprovação à história do uruguaio com a camisa do clube.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 x 1 BAHIA
SÃO PAULO: Sidão; Éder Militão, Lugano, Rodrigo Caio e Edimar; Jucilei, Petros, Marcos Guilherme (Gabriel), Shaylon e Cueva (Thomaz); Brenner (Bissoli). Técnico: Dorival Júnior.
BAHIA: Jean; Éder, Tiago, Thiago Martins e Juninho Capixaba; Edson (Matheus Sales), Renê Júnior (Yuri), Allione e Régis (Junior Brumado); Mendoza e Edigar Junio. Técnico: Paulo Cézar Carpegiani.
Gols: Brenner, aos 18, e Éder, aos 43 minutos do 2º tempo.
Juiz: Elmo Alves Resende Cunha (GO).
Cartões amarelos: Petros, Brenner, Lugano, Rodrigo Caio, Éder, Edson, Renê Júnior.
Cartão vermelho: Petros.
Renda: 1.237.352,00.
Público: 60.485 pagantes.
Local: Morumbi, em São Paulo (SP).