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Nova lei de multa rescisória pode revolucionar futebol

Decisão da Justiça pode afetar toda a europa. Agora, em Portugal, os jogadores que quiserem deixar um clube só pagam a quantia restante de seus contratos

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma decisão aprovada pela Justiça portuguesa pode revolucionar o futebol em toda a Europa: segundo a nova lei, os jogadores que quiserem deixar um clube só precisam pagar a quantia restante de seus contratos para sair. O presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol de Portugal (SJPF), Joaquim Evangelista, disse nesta quarta-feira que a decisão judicial, aprovada na segunda e divulgada apenas nesta quarta, cria jurisprudência e pode ser invocada imediatamente. Evangelista explicou que esta sentença afeta o mercado português, mas trata-se de um novo caso Bosman e terá repercussões no regulamento internacional de transferência de jogadores. O tribunal anulou três cláusulas do contrato coletivo assinado em 1999 entre SJPF e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), pelas quais os jogadores teriam de indenizar o clube de acordo com a cláusula de rescisão. O Supremo considerou também que os jogadores podem assinar por outra equipe até a abertura do próximo mercado de contratações. Atualmente, eles não podem fazê-lo durante o tempo em que seu contrato anterior estiver em vigor. Com a aprovação desta medida, o atacante Simão Sabrosa, destaque do Benfica, pode deixar o clube por 5 milhões de euros (cerca de R$ 14 milhões) - um quarto dos 20 milhões euros (cerca de R$ 55 milhões) exigidos, já que lhe restam 40 meses de contrato e seu salário é de aproximadamente 125 mil euros mensais. O Sporting de Lisboa também pede 20 milhões de euros por uma de suas grandes promessas, o jovem Nani. Porém, ele pode sair agora por apenas 192 mil euros (cerca de R$ 530 mil). O presidente do sindicato de jogadores disse que, após meses de silêncio, a LPFP já entrou em contato com eles para começar a estudar possíveis alterações no contrato coletivo. Hermínio Loureiro, presidente da Liga, se mostrou cauteloso ante as mudanças que podem acontecer devido à nova lei e reafirmou que já foram iniciadas conversas com o sindicato para se chegar a um equilíbrio, porque o futebol não quer estar à margem da lei. O processo judicial foi aberto em 2000, quando o atacante português José Antonio Ramos assinou com o Salamanca espanhol e o União de Leiria ao mesmo tempo.

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