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Novo Pacaembu terá complexo esportivo revitalizado e quer ser centro de cultura e lazer

Histórico estádio paulistano será reinaugurado em janeiro de 2024 com a promessa de ser um espaço multiuso

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Foto do author Ricardo Magatti
Por Ricardo Magatti
Atualização:

Com previsão de reinauguração para janeiro de 2024, o Pacaembu planeja receber ao menos 20 partidas de futebol e 80 apresentações musicais ao ano, mas não só isso. Está nos planos dos administradores do estádio resgatar a vocação de ser um complexo de cultura e lazer e ampliar a exploração comercial do espaço.

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A promessa da Allegra Pacaembu, concessionária detentora da outorga do Pacaembu por 35 anos, é de que o complexo esportivo seja democrático e plural. “Será o estádio mais acessível do Brasil”, afirmou Paulo Coutinho, engenheiro responsável pelas obras. “Foi feita toda uma engenharia ou arquitetura de projetos para permitir que haja acesso a todos os setores”.

A ideia da empresa é tornar o Pacaembu um espaço multiúso, ampliando áreas monetizáveis para gerar retorno financeiro com o negócio para a Allegra. Segundo Eduardo Barella, CEO da concessionário, em 2024, o estádio vai receber 450 eventos, considerando todas os sete espaços reservados para atividades que o conjunto vai abrigar, desde o salão nobre, passando pelo centro de convenções, até o campo, com capacidade para 40 mil pessoas em apresentações musicais e para 25 mil em jogos de futebol.

O plano do líder do consórcio vencedor da concessão é utilizar o Pacaembu em sua plenitude e reter os visitantes mais tempo no complexo, com ações de marketing e oferta de restaurantes e bares que não havia anteriormente no local. Barella crê ser possível tornar o espaço um lugar de espetáculos, “algo que se aproxima do conceito americano”.

Novo Pacaembu será inaugurado em janeiro de 2024 Foto: Felipe Rau/Estadão

Pouco mais de 40% das obras foram executadas a sete meses para a reinauguração, prevista para 25 de janeiro, aniversário de São Paulo e data da final da Copa São Paulo de Futebol Júnior do ano que vem. O tempo curto não preocupa a concessionária, uma vez que o “trabalho sujo” já foi feito.

Os administradores preveem que, a partir do segundo semestre, o estádio “tenha outra cara”, com o início da instalação da estrutura pré-moldada, entre julho e agosto. Depois, em outubro, está prevista a colocação do gramado sintético. Até lá, continua de pé o chamado Pavilhão Pacaembu, uma estrutura temporária assentada sobre o material da demolição do tobogã que tem recebido shows, apresentações e feiras culturais e diferentes eventos corporativos. Semelhante a uma grande tenda, o espaço comporta até 9 mil pessoas e tem camadas de lãs de vidro e de rocha, espuma e outros materiais para isolar o som e impedir incômodos à vizinhança.

Complexo esportivo

Concluídas as obras, a promessa da concessionária é de que todo o complexo será reaberto com acesso público e gratuito. O clube esportivo, que conta com piscina olímpica, ginásio poliesportivo coberto, quadra poliesportiva externa, centro de tênis - com ginásio de saibro coberto e quadra externa - e salas de ginásticas, também está sendo reformado e seguirá com o padrão de funcionamento de quando era administrado pela Prefeitura de São Paulo. O horário de funcionamento permanecerá das 6h às 22h. Para fazer uso desses equipamentos, basta ser sócio do Pacaembu.

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O clube esportivo só não poderá ser usado pela população em dias que houver competição ou eventos. A Allegra fez parcerias com duas entidades esportivas para uso do complexo: a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

Maquete com visão ampla do que será o novo Pacaembu Foto: Divulgação/Allegra Pacaembu

A piscina deve receber competições estaduais e nacionais de natação, nado artístico e polo aquático. A pista de atletismo, que será novamente instalada no complexo em volta do campo de futebol, será utilizada em competições de pista, como provas de meio-fundo e fundo, além de desafios de velocidade e outras atividades. Há ainda a previsão de parceria para recuperação de atletas da seleção brasileira no centro de medicina esportiva que existirá dentro do edifício multifuncional em fase de construção.

Hotel de luxo, restaurantes e mercado gastronômico

Esse prédio multifuncional terá um hotel de luxo, centro de reabilitação esportiva, cafés, restaurantes, escritórios, um mercado gastronômico, um centro de convenções e eventos e um novo espaço para até 8,5 mil pessoas no subsolo do Pacaembu. São cinco andares e mais quatro subsolos. Na cobertura deste novo empreendimento haverá ainda uma praça elevada com acesso lateral para as ruas Desembargador Paulo Passaláqua e Itápolis, que cercam todo o complexo e a praça Charles Miller.

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O hotel em construção é fruto de um acordo firmado com a Universal Music Hotels, rede hoteleira que é um braço da gravadora homônima e irá investir R$ 100 milhões no projeto. O Pacaembu é tombado, portanto, nenhuma estrutura dentro dele pode ser descaracterizada, menos a área onde ficava o Tobogã, já demolido porque ele não fazia parte do projeto arquitetônico original.

A Allegra pôs abaixo as arquibancadas leste e oeste, mas garante que serão refeitas com a mesma geometria das originais. Serão construído banheiros, bares e restaurantes sob as novas estruturas. Debaixo da laranja, haverá uma arena de eSports com capacidade para 2 mil pessoas e um restaurante com 400 cadeiras VIPs. Do outro lado, onde era a arquibancada manga, haverá camarotes.

Concessionária quer que Pacaembu seja centro de esporte, cultura e lazer Foto: Divulgação/Allegra Pacaembu

Parquinho Pacaembu

Enquanto a reforma não termina, estádio tem sido aberto nos fins de semana para uma operação de “canteiro de obras aberto”, denominada Parquinho Pacaembu. A ideia da concessionária é que a população veja o andamento dos trabalhos no estádio.

A visitação tem acesso gratuito, exposição de uma maquete do projeto, oferta de alimentos e bebidas, campinho de futebol, brinquedos para crianças, além de uma pista de skate.

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‘Praia de Paulista’

Do lado de fora do Pacaembu, meses antes de ele ser reinaugurado, na Praça Charles Miller, um evento de 30 dias vai promover o encontro dos praticantes de futevôlei e beach tênis nas “areias” da cidade, em uma arena montada na própria praça, entre os dias 1º e 30 de julho.

Chamado “Praia de Paulista”, o projeto foi criado pela Goolaço, empresa de marketing esportivo e produtora de eventos. Será instalada estrutura com quatro quadras de areia que poderão ser utilizadas gratuitamente pela população. A arena terá capacidade para 2 mil espectadores.

As quadras poderão ser utilizadas de terça a domingo, das 9h às 17h. Será possível fazer agendamento para jogar. Os organizadores dizem que o projeto é voltado para um “público diversificado”, isto é, para turistas, moradores da cidade, atletas amadores e profissionais.

O ambiente terá também uma arena central que receberá torneios oficiais de futevôlei e beach tênis. Haverá clínicas, campeonatos e partidas de exibição.

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