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Palmeiras perde do Corinthians em receitas, mas é o gigante de SP com menor dívida; veja análise

Levantamento exclusivo da EY mostra que clube alviverde foi quem mais aumentou as receitas entre os rivais paulistas nos últimos dez anos

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Foto do author Rodrigo Sampaio
Por Rodrigo Sampaio
Atualização:

Uma das principais forças do futebol nacional, o Palmeiras apresentou uma receita total de R$ 927 milhões em 2023, ano em que conquistou o bicampeonato do Paulistão e do Brasileirão, além do título da Supercopa do Brasil. Segundo estudo da EY, publicado com exclusividade pelo Estadão, o valor representa um aumento de 7% em relação ao balanço de 2022, quando o clube alviverde fechou com a temporada com R$ 867 milhões. Apesar do alto valor alcançado, os números ficam atrás do Corinthians. Em contrapartida, os palmeirenses possuem a menor dívida entre os grandes de SP.

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Segundo o levantamento, o Palmeiras teve uma elevação de 280% em suas receitas no período entre 2014 e 2023, com pico em 2021, quando arrecadou R$ 977 milhões. Neste recorte, os palmeirenses só ficaram atrás do Corinthians em duas vezes, sendo uma delas no ano passado, quando o clube do Parque São Jorge apresentou R$ 937 milhões em arrecadações, R$ 10 milhões a mais do que o rival.

Dos R$ 927 milhões arrecadados pelo Palmeiras em 2023, R$ 187 milhões são referentes à receita alcançada com a venda de atletas, um aumento de 8% em relação ao ano anterior, quando o clube negociou Endrick ao Real Madrid por um valor fixo de 35 milhões de euros (R$ 198 milhões à época) a serem pagos em duas parcelas — sem levar em consideração os gatilhos contratuais, que renderam outros milhões aos palmeirenses. Na temporada passada, a principal venda do clube foi o volante Danilo, negociado com o Nottingham Forest, da Inglaterra. O time recebeu R$ 98,8 milhões pelo negócio.

Palmeiras fechou 2023 como bicampeão Estadual, Brasileiro e da Supercopa.  Foto: Cesar Greco/Palmeiras

“Chama a atenção que, mesmo com as grandes cifras realizadas com a venda de jogadores neste período, o Palmeiras apresenta uma diversificação de receitas que o consolida com a maior receita recorrente entre os clubes paulistas. Esse cenário pode ser reflexo de diferentes fatores em cadeia: o clube segue tendo um alto desempenho esportivo nos últimos anos, disputando finais e alcançando resultados relevantes nos torneios nacionais e internacionais e no campo administrativo, a governança estruturada com uma gestão consolidada e que já tem um trabalho a longo prazo”, comenta José Ronaldo Rocha, sócio de consultoria da EY.

Em relação às receitas comerciais, que englobam patrocínios, licenciamento e venda de produtos, o Palmeiras se manteve estável em relação ao ano anterior, repetindo a arrecadação de R$ 165 milhões. O clube alviverde foi quem mais viu as receitas comerciais crescerem na última década entre os grandes de São Paulo, com uma elevação de 611% no período analisado (2014 - 2023). O recorte marca o início da parceria do clube com a Crefisa, patrocinadora cujo dono é José Roberto Lamacchia, marido de Leila Pereira, atual presidente do Palmeiras.

O Palmeiras também teve uma arrecadação de R$ 168 milhões com o matchday, receitas provenientes de atividades que giram em torno das partidas, como venda de ingressos, alimentos, bebidas e produtos do clube no estádio. O valor é 16% maior em relação à 2022, um recorde do clube no período analisado, com uma elevação de 377% em relação ao primeiro ano do estudo.

Menor dívida de SP

Entre os quatro grandes do futebol paulista, o Palmeiras pode se orgulhar de ter a menor dívida. O clube alviverde acumula um passivo de R$ 537 milhões, com Santos (R$ 606 mi), São Paulo (R$ 667 mi) e Corinthians (R$ 886 mi) aparecendo logo à frente. Comparando as receitas com o endividamento líquido, os palmeirenses apresentaram uma dívida 0,58 vezes maior do que a receita.

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Por outro lado, o levantamento aponta um aumento de 109% em relação ao ano anterior, quando os palmeirenses apresentaram um endividamento de R$ 451 milhões. No recorte histórico, o clube foi o que mais aumentou a sua dívida, com uma elevação de 183% no período analisado.

Uma fatia da dívida do Palmeiras é justamente com a Crefisa, patrocinadora que permitiu o clube dar um giro de 180 e aumentar as receitas do clube, investindo pesado no futebol. Segundo Leila Pereira, a pendência com a empresa, atualmente em R$ 21 milhões, deve ser quitada no fim deste ano. Ela já admitiu aos mais próximos que a Crefisa pode não ser mais a patrocinadora máster do Palmeiras no próximo ano. Em campanha pela reeleição, a mandatária defendeu a gestão “pé no chão” feita por ela no último ano.

“Pagamos problemas de administrações passadas. Fui a única presidente que, no meio do ano passado, não contratou nenhum atleta, e fui muito criticada por isso. Eu faço o que o Palmeiras tem capacidade financeira de honrar”, explicou Leila, em entrevista recente à TV Globo.

Ainda de acordo com o levantamento da EY, parte do valor total é referente a dívidas por empréstimos (R$ 96 milhões) e outra com endividamento tributário (R$ 46 milhões). Em ambos os casos, o Palmeiras foi o único clube entre os rivais paulistas com diminuição nos valores. O primeiro apresentou uma redução de 3% comparado a 2022, e com queda de 39% no período analisado. Enquanto o segundo reduziu 13% em relação a temporada passada, diminuindo em 33% a quantia no período em análise.

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