Os adversários do Palmeiras precisam jogar pouco para vencer o time. No caso do Figueirense, foram somente cinco minutos para virar o jogo e consolidar a vitória por 3 a 1 em Florianópolis, resultado que freou a reação do time paulista na corrida contra a zona de rebaixamento do Brasileiro. A derrota pode ficar na conta de Valdivia, que por capricho, aos 22 minutos do segundo tempo, deixou de fazer o segundo gol que poderia ter “matado” o jogo a favor do Palmeiras.
A rodada parecia promissora para o time do técnico Dorival Junior. Com a derrota do Botafogo, bastava um empate para botar o pé fora das quatro últimas posições. Porém, a repetição de falhas manteve a equipe no lugar cativo: 17.ª posição.
O resultado foi construído em um dos muitos apagões que o Palmeiras tem sofrido e, pior ainda, se mostrado incapaz de evitar. Em cinco minutos, o Figueirense construiu o resultado e virou o jogo com três gols idênticos, em cruzamentos para a área. A fraqueza e a instabilidade do Palmeiras foram evidentes. O jogo estava controlado até 30 minutos do segundo tempo, quando o time se perdeu e correu o risco ainda de levar o quarto gol e ser goleado de novo.
O futebol apresentado no Orlando Scarpelli justificou as campanhas ruins dos dois times que tinham problemas crônicos de saída de bola e de fundamentos elementares no futebol, como o domínio e passe. Além disso, o gramado molhado pela chuva virou desculpa para investir nos chutões em vez dos toques curtos.
O diferencial a favor do Palmeiras era a boa presença da defesa. A dupla de zaga formada pelos garotos Nathan, de 19 anos, e Gabriel Dias, de 20, rebatia bem as bolas para frente. Enquanto no ataque, Henrique ajudava a manter a posse de bola graças às trombadas com os defensores do Figueirense e Valdivia era caçado em campo.
Deola não precisou trabalhar no primeiro tempo e o Palmeiras conseguiu criar bons lances em chutes de longe. Ainda faltava ameaçar com mais chegadas à linha de fundo e em uma das poucas tentativas nesse tipo de jogada saiu o gol.
Diogo recebeu passe de uma cobrança de lateral e rolou para Cristaldo, da marca do pênalti, chutar no canto esquerdo de Tiago Volpi. Atrás no placar logo, aos 34 minutos de jogo o técnico do Figueirense, Argel Fucks, logo mexeu e colocou três atacantes em campo e tirou um volante. A medida, porém, ajudou o Palmeiras, pois Valdivia começou a ter mais espaços.
Displicência jogo passou a girar ao redor do chileno no segundo tempo. Ao demorar para bater aos escanteios, irritava os adversários e, com a bola nos pés, criou ótimas chances, mas ironicamente refugou quando teve a chance de marcar o seu gol e liquidar o jogo. Aos 22 minutos, estava na cara do goleiro e, em vez de chutar, preferiu rolar a bola para o lado. O misto de displicência e excesso de preciosismo do chileno foi o último momento de domínio do time no jogo. Depois, o Figueirense fez gols aos 30, 32 e 35 minutos. O Palmeiras foi vítima dessa blitze e também das próprias limitações.
FICHA TÉCNICA
FIGUEIRENSE 3 x 1 PALMEIRAS
FIGUEIRENSE - Tiago Volpi; Leandro Silva, Nirley, Thiago Heleno e Marquinhos Pedroso; Paulo Roberto, Jefferson (Marcão), Marco Antônio e Giovanni Augusto; Everaldo (Mazola) e Pablo (Clayton). Técnico: Argel Fucks.
PALMEIRAS - Deola; João Pedro, Gabriel Dias, Nathan e Victor Luís; Renato (Bruninho)(Bernardo), Marcelo Oliveira e Valdivia; Diogo, Cristaldo (Allione) e Henrique. Técnico: Dorival Júnior.
GOLS - Cristaldo, aos 34 minutos do primeiro tempo; Clayton, aos 31 e aos 32, e Marcão, aos 35 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Nirley e Paulo Roberto (Figueirense); Bruninho, Marcelo Oliveira e Henrique (Palmeiras).
CARTÃO VERMELHO - Nathan (Palmeiras).
ÁRBITRO - Dewson Fernando Freitas da Silva (PA).
RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.
LOCAL - Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis (SC).