O técnico Cuca vestiu de novo a calça cor de vinho, o Palmeiras jogou com a mesma competência da campanha do título de 2016 e o time começou o Campeonato Brasileiro como terminou a última edição, de forma arrasadora, no Allianz Parque. Os 4 a 0 sobre o Vasco, neste domingo, foram a atuação ideal para premiar o retorno do treinador e marcar a estreia da nova camisa.
Se no ano passado a primeira rodada também teve goleada em casa por 4 a 0, sobre o Atlético-PR, a reprise é um incentivo gigante para o clube. Ainda mais para quem é supersticioso, como o treinador Cuca, e para Borja, dependente de partidas como a feita contra o Vasco. O colombiano fez dois gols.
A torcida foi ao Allianz Parque com cartazes de boas-vindas ao treinador e confiante no bom resultado. Apegados aos ritos da sorte, os palmeirenses não abrem mão dos costumes. Um deles é o de cantar o hino nacional a plenos pulmões com os versos repetitivos de “Meu Palmeiras”. Isso foi mantido durante a festa de abertura do Brasileiro. As vozes abafaram a pompa da música executada por violoncelo, violino e tenor.
A equipe também gosta de repetir a cartilha própria e em campo foi logo em busca do gol, como aquela pressão costumeira sobre os adversários. No primeiro lance já conseguiu um escanteio e aos quatro minutos, saiu na frente. Dudu foi derrubado na área e o lateral Jean converteu o pênalti, aos quatro minutos. Cuca vibrou de alegria, trajado com a calça da sorte, a cor de vinho, amuleto que havia sido deixado no clube após o título brasileiro do ano passado.
O Vasco não se abateu com a desvantagem e esteve perto do empate. O Palmeiras ficou acomodado, quase levou um gol e viu o primeiro tempo terminar com uma bola no travessão chutada por Douglas. O prejuízo não seria tão grande pois pouco antes, aos 40 minutos, Guerra aproveitou rebote do goleiro para ampliar. O segredo do gol foi a inversão de posições entre Tchê Tchê e Jean, que quase como meia, apareceu na área para chutar.
Essa troca de posições foi a chave para o terceiro vir logo no primeiro minuto do segundo tempo. Dessa vez Tchê Tchê cruzou e Borja fez de cabeça. O colombiano não marcava há cinco partidas e na comemoração, foi abraçado por todos colegas. O atacante foi uma das preocupações de Cuca nesta primeira semana. O treinador procurou conversar e passar confiança.
A vantagem transformou o jogo de disputa em exibição. O segundo tempo foi um controle total do Palmeiras e o quarto gol se tornou um evento tão natural quanto seria o apito final. Dudu caiu na área e no novo pênalti, a bola ficou para Borja. O atacante havia perdido a última cobrança, mas desta vez converteu, aos 34 minutos, para fazer o Palmeiras viver em 2017 uma tarde de gala típica de 2016.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 4 x 0 VASCO
PALMEIRAS: Fernando Prass; Jean, Mina, Edu Dracena e Zé Roberto; Felipe Melo e Tchê Tchê; Willian (Fabiano), Guerra (Róger Guedes) e Dudu (Keno); Borja. Técnico: Cuca.
VASCO: Martin Silva; Gilberto (Bruno Gallo), Rafael Marques, Jomar e Henrique; Douglas, Jean (Paulo Vitor), Yago Pikachu e Mateus Vital; Nenê e Luis Fabiano (Kelvin). Técnico: Milton Mendes.
Gols: Jean, aos 4, e Guerra, aos 40 minutos do primeiro tempo. Borja, a 1 e aos 34 do segundo tempo.
Juiz: Rodolpho Marques (PR).
Cartões amarelos: Jomar, Douglas.
Público: 33.435 torcedores.
Renda: R$ 2.109.685,93.
Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP).