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Parreira assume Corinthians

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Por Agencia Estado
Atualização:

Finalmente um técnico aceitou dirigir o Corinthians. Depois das negativas de Oswaldo de Oliveira e de Levir Culpi, a terceira opção - Carlos Alberto Parreira - fechou contrato e será apresentado na segunda-feira, às 11h30, no Parque São Jorge. Ele trabalhará com os seus eternos companheiros - Moracy Sant?Anna como preparador físico e Jairo Leal como auxilar-técnico. A reunião que definiu a negociação foi fechada neste sábado em São Paulo, depois que Parreira chegou do cruzeiro que fez com a cúpula da Federação Paulista de Futebol pelo litoral brasileiro. "Para clube campeão do mundo, nada melhor do que técnico tetracampeão do mundo", brincava o presidente Alberto Dualib. Apesar do maior título que um treinador pode conseguir, Parreira é considerado "barato" no mercado nacional. Seu salário no Internacional, de acordo com a imprensa gaúcha, era de R$ 80 mil. Geninho, que dirige o Atlético Paranaense, havia avisado que só trabalharia no Corinthians por R$ 120 mil por mês. "Está tudo fechado", disse, aliviado, o vice-presidente de futebol Roque Citadini. O alívio do dirigente se explica. Como principal responsável pela demissão de Vanderlei Luxemburgo, foi o encarregado de buscar um novo treinador para o clube em 2002. Com os fracassos nas negociações com Oswaldo de Oliveira e Levir Culpi, viu-se obrigado a concentrar todo seu esforço para contratar Parreira, técnico respeitável e com o prestígio de ter sido campeão do mundo com a Seleção Brasileira em 1994. "O Carlos Alberto estava disposto a não trabalhar no País durante todo o primeiro semestre. Tem muitos compromissos por ser observador da Fifa. Terá de fazer várias palestras. Estava tudo acertado até que surgiu o interesse do Corinthians. Todos os planos tiveram de ser refeitos. Não dá para virar as costas para um clube com a grandiosidade do Corinthians", dizia o auxiliar de Parreira, Jairo Leal. O contrato do técnico deve ser de um ano, informação não-confirmada neste sábado: havia uma pendência em relação a multa por demissão. Quanto mais longo o compromisso, maior a quantia que o Corinthians terá de pagar. Essas questões deverão ser resolvidas neste domingo. O importante para a diretoria do Corinthians é que se conseguiu fazer Parreira mudar de idéia quanto a estar muito tempo fora do Brasil por causa dos compromissos com a Fifa. Agora só deverá viajar quando sua presença for imprescindível. Até porque o brasileiro não é o único observador da Fifa. Os treinadores empregados costumam ser poupados dessas missões. Jejum nos clubes - Depois que conquistou o tetracampeonato com a Seleção Brasileira, Parreira não conseguiu muito sucesso nos clubes que dirigiu. Foi assim no São Paulo, no Fluminense, no Atlético Mineiro, no Internacional. Passou pela Turquia, Espanha e Estados Unidos também sem brilho. Dirigiu os Emirados Árabes, o Kuwait. De acordo com palavras do próprio treinador, o futebol brasileiro havia sofrido uma revolução pela crise financeira que domina a América do Sul. "Fica inviável os clubes montarem grandes times porque a crise os obriga a vender seus principais jogadores. Agora ficou cada vez mais difícil para os técnicos de clubes conseguirem montar uma equipe e, principalmente, montar uma equipe forte. Ainda mais com nossa filosofia de dar pouquíssimo tempo de trabalho. As trocas de treinadores passaram a ser uma constância. Infelizmente para todos. Acho isso péssimo não só para quem é técnico mas principalmente para o futebol brasileiro. Essa insegurança não é boa para ninguém." Dinheiro curto em 2002 - Parreira já foi avisado pelos dirigentes tanto do Corinthians como da Hicks Muse que não adianta sonhar com grandes contratações. A verba será ainda mais apertada do que nesta temporada. Terá de trabalhar com o grupo de jogadores montado por Vanderlei Luxemburgo. No máximo poderá optar por trocas com o time do Cruzeiro - como do volante Ricardinho pelo meia homônino e Oséas por Fernando Baiano. A patrocinadora Hicks Muse quer que as trocas ocorram para economizar mais ainda nos clubes. A desculpa é comum no futebol: em ano de Copa não se investe. Todas as estrelas contratadas a peso de ouro acabam sendo levadas pela Seleção. O melhor é esperar pelo segundo semestre, de acordo com os dirigentes. Ou seja: Parreira que trabalhe com o grupo que Luxemburgo tentou preparar no segundo semestre. A diretoria corintiana apressou o fechamento do contrato do agora seu novo treinador porque ficou sabendo que o Palmeiras faria uma última tentativa neste sábado à noite, no casamento do filho de Antônio Lopes, o coordenador-técnico da Seleção Brasileira. Américo Faria, diretor de futebol do Palmeiras e amigo íntimo de Parreira, havia sido incumbido pelo presidente Mustafá Contursi de ir até o Rio de Janeiro convencer o treinador a trabalhar no Parque Antártica. A primeira missão de Parreira será dizer se Odvan, que se desligou do Vasco, e Rodrigo, do Botafogo-RJ, interessam. As negociações foram interrompidas depois da saída de Luxemburgo e só se esperava pelo parecer favorável do novo treinador para que fossem fechadas. Parreira assumirá na segunda-feira e começará a fazer todo o planejamento do ano para o Corinthians. Os atletas só retornarão das férias em 3 de janeiro. Será a terceira vez que Carlos Alberto Parreira passará pelo futebol paulista. Quando esteve no comando do time do São Paulo, os jogadores trabalharam contra seu trabalho e ele acabou demitido; no Santos, teve uma passagem tão relâmpago como pífia. Daqui a quatro dias completará 58 anos. Várias vezes ameaçou abandonar a carreira de treinador para trabalhar em um cargo diretivo em seleções, principalmente a Seleção Brasileira.

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